quarta-feira, 2 de setembro de 2015

BPJ 2015 - Conteúdos sugeridos para Ensino Fundamental e Médio






JEAG
JOGOS ESTUDANTIS DA ESC. ALMIR GABRIEL
XI edição

CONTEÚDOS SUGERIDOS PELA COORDENAÇÃO PARA A BPJ15
(Bateria de Perguntas JEAG)

Atenção: As equipes não são obrigadas, por força de regulamento do evento, usar estes textos, para base de estudos para a BPJ15. A coordenação irá usa-los para base de concretação das questões formadoras da BPJ15.

ENSINO FUNDAMENTAL:

  1. Artes: Danças Regionais: Região Norte do Brasil;

Amazonas (AM)
Camaleão
Essa dança utiliza pares separados, que fazem uma coreografia com passos distintos, chamados de jornadas. São duas fileiras de mulheres e homens, realizando diversos passos, os quais terminam no passo inicial. As roupas também são importantes; os homens usam fraque de abas, colete, meias longas, gravata e sapato preto. Já para as mulheres, a vestimenta é composta por saias longas, meias brancas, sapatos e blusas folgadas. A música que embala os dançarinos utiliza o violão, cavaquinho e rabeca.
Dança do Maçarico
Essa dança é constituída de dançarinos em duplas que fazem cinco movimentos durante a Dança do Maçarico: Charola, Roca-roca, Repini-co, Maçaricado e 'Geleia de Mocotó'. Os passos variam entre lentos e ligeiros e a umbigada. As músicas que embalam os dançarinos são tocadas com a ajuda da viola, tambores, rabeca e sanfonas.
Desfeitera
Essa dança é constituída de pares que dançam de forma livre e os dançarinos devem apenas passar pelo menos uma vez na frente do grupo musical. Caso a banda encerre a música no momento em que um casal estiver passando, é feita a escolha do homem ou da mulher para que declame versos. Caso ele não consiga esse feito, a pessoa será vaiada e terá que pagar uma prenda, ou seja, será 'desfeitado'.
 A dança vem, desde os primórdios acompanhando o homem como uma forma de se comunicar, se expressar, forma de preparo para a busca de alimentos e para a guerra. “A dança nasce com o homem, já nas cavernas, ele batia os pés ritmicamente para se aquecer e comunicar. Em todas as civilizações se dança, de maneira diferente e por vários motivos” (BOGÉA, 2002, p. 48).

DANÇA DO BOI-BUMBÁ

No Brasil a dança se originou de vários lugares. Uma mistura de ritmos, sons e culturas que da sua união vão formando a identidade brasileira. O país possui uma diversidade cultural muito grande e significativa que possibilita diversas oportunidades de aprendizagem através da prática da dança, da música, o uso dos instrumentos, entre outros.
 A dança pode propiciar o autoconhecimento, estimular vivência da corporeidade no contexto social e na escola, pois, proporciona aos educandos relacionamentos artísticos e estéticos com as outras pessoas e com o mundo, incentivar a expressividade dos indivíduos, possibilitar a comunicação não verbal e os diálogos corporais na escola, sensibilizar as pessoas contribuindo para que elas tenham uma educação estética, promovendo relações mais equilibradas e harmoniosas diante do mundo desenvolvendo a apreciação e a fruição da dança. (BARRETO, 2008)
 Segundo Garcia e Hass (2003), a principal característica da dança é a integração, socialização, prazer, divertimento, respeito aos costumes e tradições.
 No Brasil, as danças folclóricas passaram por influências de diferentes povos, tendo como base os povos africanos, indígenas e europeus. A dança folclórica tem como principal característica a sua musicalidade e seus personagens peculiares.
 Assim como todas as manifestações artísticas e rítmicas de um povo, a dança é proveniente da necessidade de se expressar das pessoas. A dança do Boi-Bumbá Caprichoso e Garantido de Parintins/AM, segundo Nunes e Peixoto (2012), surgiu e ganhou características locais ao misturar as danças indígenas, com suas indumentárias, ao costume ribeirinho e sua ginga, assim como o mundo místico das lendas amazônicas e da vida latente da natureza como um todo.
A dança do Boi-Bumbá é tradicionalmente composta por passos fáceis para direita e para a esquerda, com o balançar dos braços seguindo o ritmo da toada, música que rege a dança. Dançada por homens e mulheres sem distinção de gênero. Hoje, segundo Nunes e Peixoto (2012), foram incorporados a ela elementos do axé e do forró, tornando o bailado cada vez mais elaborado.
Esta dança une os passos tradicionais que eram utilizados no começo da brincadeira folclórica com movimentos cênico-coreográficos que evidenciam o cotidiano do caboclo ribeirinho, das tradições e costumes indígenas, natureza e religiosidade, além disso, está ligada diretamente a fatos históricos que apesar de suas modificações ao longo do tempo traduzem de maneira criativa e inovadora a sua verdadeira essência. Mediante esta valiosa cultura, o presente estudo tem como objetivo identificar o significado da Dança Folclórica do Boi-Bumbá de Parintins/AM para os dançarinos que dela participam.
Pará (PA)
Carimbó
O nome da dança é de origem indígena com os nomes Curi, que significa pau oco, e M'bó, que significa furado. Os homens devem trajar uma calça curta no estilo pescador e uma camisa que contenha estampas. As mulheres utilizam uma saia rodada e com estampas, uma blusa, colares e flores presas aos cabelos. Os dançarinos a executam com os pés no chão.
Os homens batem palmas para as dançarinas e isso é o indício de que elas estão sendo chamadas para dançar também. Em forma de roda, as mulheres balançam a saia para que ela atinja a cabeça de seu parceiro. O ato é realizado no intuito de humilhar o homem para que ele saia da dança. Um dos momentos mais importantes ocorre quando cada casal vai para o centro da roda e o homem deve apanhar um lenço com a boca, que foi jogado no chão pelo seu par. Se o feito for satisfatório, ele recebe aplausos. Caso ele não consiga, a mulher joga a saia em seu rosto e ele deve sair da dança.
Marambiré
Essa dança é considerada uma representante da alegria dos negros no Brasil após a Abolição da Escravidão. Ela é caracterizada por uma marcha que mescla a religião e o profano. Ela é realizada por duplas e sempre aparece durante os festivais no estado.
Lundu Marajoara
Tem origem africana e é muito sensual, pois a intenção dela é mostrar o convite do homem para ter um encontro sexual com a mulher. Primeiro, há uma recusa; porém, ele insiste e ela aceita. A Lundu Marajoara mostra o ato com o passo da umbigada, quando acontecem movimentos de dança mais sensuais. As mulheres utilizam saias coloridas e blusas rendadas. Já os homens vestem calças de preferência na cor branca. Essa dança também recebe a ajuda de instrumentos como o banjo, cavaquinho e clarinete.
Marujada
A dança é uma homenagem a São Benedito e acontece em três ocasiões: Natal, dia de São Benedito e no dia 1º de janeiro. Os homens e mulheres que participam recebem o nome de marujos e marujas. Eles bailam pela cidade, reproduzindo o gesto de um barco na água. As mulheres ordenam a dança e os homens participam com os instrumentos musicais, como tambores e violinos.
Outras danças típicas do Pará
·         Dança do Siriá;
·         Xote Bragantino;
·         Samba do Cacete;
·         Retumbão.


  1. Ciências: Lixo e qualidade de vida;
Ao longo dos anos, o lixo passou a ser uma questão de interesse global.
E os problemas são os mesmos de um lado a outro do globo: o destino do lixo e seu acondicionamento inadequado têm trazido graves problemas a todas as nações. Produzidos em todos os estágios das atividades humanas, os resíduos, em termos tanto de composição como de volume, variam em função das práticas de consumo e dos métodos de produção utilizados. As principais preocupações estão voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente (solo, água, ar e paisagens)
Neste sentido, este trabalho busca mostrar as consequências causadas pelo destino incorreto do lixo, bem como propor formas de minimizar e de recuperar os resíduos gerados, garantindo a saúde e segurança da população.

GERAÇÃO DE LIXO x DESENVOLVIMENTO


O “lixo” é uma grande diversidade de resíduos sólidos de diferentes procedências, dentre eles, o resíduo sólido urbano gerado em nossas residências. O lixo faz parte da história do homem, já que sua produção é inevitável (Fadini et al., 2001).
Na Idade Média acumulava-se pelas ruas e imediações das cidades, provocando sérias epidemias e causando a morte de milhões de pessoas. A partir da Revolução Industrial iniciou-se o processo de urbanização, provocando um êxodo do homem do campo para as cidades. Observou-se assim um vertiginoso crescimento populacional, favorecido também pelo avanço da medicina e conseqüente aumento da expectativa de vida. A partir de então, os impactos ambientais passaram a ter um grau de magnitude alto, devido aos mais diversos tipos de poluição, dentre eles a poluição gerada pelo lixo. O fato é que o lixo passou a ser encarado como um problema, o qual deveria ser combatido e escondido da população. A solução para o lixo naquele momento não foi encarada como algo complexo, pois bastava simplesmente afastá-lo, descartando-o em áreas mais distantes dos centros urbanos, denominados lixões (Fadini et al., 2001).
Nos dias atuais, com a maioria das pessoas vivendo nas cidades e com o avanço mundial da indústria provocando mudanças nos hábitos de consumo da população, vem-se gerando um lixo diferente em quantidade e diversidade. Até mesmo nas zonas rurais encontram-se frascos e sacos plásticos acumulando-se devido a formas inadequadas de eliminação. Segundo Bidone citado por Fadini et al. (2001), em um passado não muito distante a produção de resíduos era de algumas dezenas de quilos por habitante/ano; no entanto, hoje, países altamente industrializados como os Estados Unidos produzem mais de 700 kg/hab/ano. No Brasil, o valor médio verificado nas cidades mais populosas é da ordem de 180 kg/hab/ano.
A produção elevada de lixo norte-americana deve-se ao alto grau de industrialização e aos bens de consumo descartáveis produzidos e amplamente utilizados pela maioria da população. No caso do Brasil, a geração do lixo ainda é, em sua maioria, de procedência orgânica; contudo, nos últimos anos vem se incorporando o modo de consumo de países ricos, o que tem levado a uma intensificação do uso de produtos descartáveis (Fadini et al., 2001).
O lixo representa, hoje, uma grande ameaça à vida no Planeta por duas razões fundamentais: a sua quantidade e seus perigos tóxicos. Em toda parte do mundo, a mídia incentiva as pessoas a adquirirem vários produtos e a substituírem os mais antigos por outros, mais modernos, provocando a insensatez do uso indiscriminado dos recursos naturais. Este fato tem levado ao grande volume de lixo produzido no mundo, cujo aumento foi três vezes maior que o populacional, nos últimos 30 anos (Menezes et al., 2005). A taxa de geração de resíduos sólidos urbanos está relacionada aos hábitos de consumo de cada cultura, onde se nota uma correlação estreita entre a produção de lixo e o poder econômico de uma dada população (Fadini et al., 2001).
Do material descartado no Brasil, 76% é abandonado a céu aberto em locais impróprios, permitindo a proliferação de vetores capazes de transmitir várias doenças. A matéria orgânica disposta de forma desordenada entra em processo de putrefação, formando uma outra mistura complexa de gases de metano, dióxido de carbono, sulfídrico, amônia e outros ácidos orgânicos voláteis, os quais, quando em contato com o sistema respiratório de seres humanos, podem causar lesões irreversíveis e levar à morte. Um outro problema é a contaminação dos recursos hídricos devido à migração de chorume (Fadini et al., 2001).

SOLUÇÕES PARA ESTE PROBLEMA
Os resíduos sólidos domésticos, comerciais, industriais e das operações agrícolas, apresentam cada vez mais papéis, plásticos, vidros, um sem número de tipos de embalagens. Todo este material cria crescentes problemas de coleta, despejo e tratamento. Seus depósitos constituem-se muitas vezes em foco de crescimento de mosquitos e roedores. Podem até reduzir o valor dos terrenos sobre os quais se acumulam. Todo esse material contribui enormemente para a deterioração do ambiente humano (Tommasi, 1976).
Os resíduos gerados por aglomerações urbanas e, também, por processos produtivos constituem um grande problema, tanto pela quantidade quanto pela toxicidade de tais rejeitos. A solução para tal questão não depende apenas de atitudes governamentais ou decisões de empresas; deve ser fruto também do empenho de cada cidadão, que tem o poder de recusar produtos potencialmente impactantes, participar de organizações não-governamentais ou simplesmente segregar resíduos dentro de casa, facilitando assim os processos de reciclagem. O conhecimento da questão do lixo é a única maneira de se iniciar um ciclo de decisões e atitudes que possam resultar em uma efetiva melhoria de qualidade ambiental e de vida (Fadini et al., 2001).
O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem gera desperdícios, constitui ameaça constante à saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida das populações, especialmente nos centros urbanos de médio e grande porte. A situação evidencia a urgência em se adotar um sistema de conscientização educacional adequado para o manejo dos resíduos, definindo uma política para a gestão e o gerenciamento, a qual assegure a melhoria continuada do nível de qualidade de vida, promovendo ações práticas recomendadas para a saúde pública e protegendo o meio ambiente (Sanches et al., 2006).
Por outro lado, o descarte inadequado de resíduos sólidos nos centro urbanos, sem qualquer tratamento, está contaminando os lençóis freáticos de várias regiões brasileiras. Essa situação é ainda pior ao se considerar que a água potável vai se tornar, em breve, um fator de grande competitividade entre as nações, pois está transformando-se em recurso cada vez mais escasso (Sanches et al., 2006).
A compreensão da problemática do lixo e a busca de sua resolução pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. Uma ação na origem do problema exige reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto material, mas quanto ao seu significado simbólico, seu papel e sua contextualização cultural, e também sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos (Site Monografias).
As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias mais antigas, que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevado risco de acidentes ambientais, sendo, portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para controlar a emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito irregular de resíduos perigosos (Site Monografias).

MÉTODOS DE ARMAZENAMENTO OU TRATAMENTO DO LIXO

ATERRO SANITÁRIO
Grande parte do material que é descartado e deve ser armazenado em depósitos não é perigoso, correspondendo simplesmente a lixo doméstico ou resíduo. O principal método para armazenar o lixo sólido municipal é a sua colocação em um aterro sanitário (em alguns casos denominados depósito de lixo ou lixão), o qual consiste em uma grande escavação no solo (ou mesmo uma parte descoberta ao nível do solo) que em geral é coberta com solo e/ou argila, uma vez que esteja preenchida. Por exemplo, no Reino Unido, entre 85 e 90% do lixo doméstico e comercial é depositado em aterros, cerca de 6% é incinerado e a mesma fração é reciclada ou reutilizada; dados similares aplicam-se a muitas municipalidades da América do Norte. Os aterros predominam porque seus custos diretos são substancialmente menores que a disposição por outros meios (Baird, 2001).
No passado, os aterros eram buracos no solo que tinham sido criados durante as atividades de extração mineral – especialmente fossas antigas de areia ou pedregulho. Em muitos casos, eles vazavam e contaminavam os aqüíferos situados no subsolo; isso aconteceu, sobretudo, nos aterros que usaram fossas de areia, dado que a água pode percolar facilmente através desta. Esses aterros não foram projetados, controlados ou supervisionados e acumularam muitos tipos de resíduos, incluindo alguns perigosos. Os aterros municipais modernos são muito melhor projetados e gerenciados, freqüentemente não aceitam resíduos perigosos e seus locais são selecionados para minimizar o impacto ambiental (Baird, 2001).

INCINERAÇÃO
Além do depósito em aterros, uma outra maneira de se tratar os resíduos é através da incineração – oxidação de materiais por combustão controlada até produtos simples mineralizados, como dióxido de carbono e água. A principal vantagem da incineração do lixo sólido municipal é a redução substancial do volume de material que deve ser aterrado. No caso de substâncias tóxicas ou perigosas, um objetivo ainda mais importante é a eliminação do perigo tóxico associado ao material (Baird, 2001).
O principal problema ambiental da incineração é a poluição do ar, tanto por gases quanto por partículas. Os controles das emissões dos incinerados de lixo sólido municipal podem controlar grande parte, mas não todas as substâncias tóxicas lançadas no ar pelo processo de combustão (Baird, 2001). Portanto, é necessário supervisionar periodicamente os filtros dos incineradores e fazer uso de lavadores de gás para minimizar os gases e o pó gerado através da combustão.

COMPOSTAGEM
É o processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos de origem animal ou vegetal, pela ação de microrganismos. Consiste num processo biológico de decomposição controlada da fração orgânica biodegradável contida nos resíduos, de modo que resulte em um produto estável, similar ao húmus (matéria orgânica homogênea). Este produto final, o composto, preparado com restos animais e/ou vegetais, domiciliares, separados ou combinados, pode ser considerado um material condicionador de solos. Além disso, o composto orgânico tem outros benefícios, tais como a melhoria das características físicas estruturais do solo com conseqüente aumento da capacidade de retenção de água e ar do solo, devido à ação agregadora em solos com baixo teor de argila; aumento no teor de nutrientes do solo, que contribui para a estabilidade do pH e melhora o aproveitamento de fertilizantes minerais; ativação substancial da vida microbiana e estabelecimento de colônias de minhocas, besouros e outros animais que revolvem e adubam o solo; favorece a presença de micronutrientes e de certas substâncias antibióticas; além de auxiliar o desenvolvimento do sistema radicular e a recuperação de áreas degradadas. (Souza, 2005).

RECICLAGEM
Denomina-se reciclagem a separação de materiais do lixo domiciliar, tais como papéis, plásticos, vidros e metais, com a finalidade de trazê-los de volta à indústria, para serem beneficiados. Esses materiais são novamente transformados em produtos comercializáveis no mercado de consumo (Souza, 2005).
Para se proceder à reciclagem de resíduos, a coleta seletiva deve ser extremamente cuidadosa, pois, sem esta etapa, todo o material reciclável fica sujo e contaminado, tornando seu beneficiamento mais complicado e mais caro. Além disso, a separação tem que ser feita nos depósitos, através de processos manuais ou eletromecânicos, o que exige a presença de catadores (Souza, 2005).
Nas últimas décadas, tem aumentado a pressão nos países desenvolvidos para reduzir a quantidade de material descartado como lixo após um único uso. O objetivo é a conservação das fontes naturais, incluindo a energia, utilizada para produção dos materiais, e a redução do volume de material que deve ser disposto em aterros ou por meio de incineração. A filosofia de gerenciamento de resíduos empregando os “quatro Rs” visam a reduzir a quantidade de materiais usados, reutilizar os materiais uma vez formulados, reciclar materiais mediante processos de refabricação e recuperar o conteúdo energético dos materiais caso não possam ser reutilizados ou reciclados. Estes princípios podem ser, e são aplicados a todos os tipos de resíduos, inclusive os perigosos (Baird, 2001).
A reciclagem propicia vantagens, como a preservação de recursos naturais, economia de energia, economia de transporte, geração de empregos e renda e, principalmente, a conscientização da população para as questões ambientais (Souza, 2005).

CONCLUSÃO
Embora o lixo seja considerado uma grande ameaça à vida, verifica-se que é possível minimizar seus impactos, ao se adotar medidas preventivas, abandonando práticas de consumo exagerado ou então, conscientizando a população, seja em relação ao destino ou às formas de reciclagem do lixo gerado. Assim, é necessário que governo e sociedade assumam novas atitudes, visando gerenciar de modo mais adequado a grande quantidade e diversidade de resíduos que são produzidos diariamente. Estas práticas não só reduzirão o volume de resíduos produzidos diariamente, mas também permitirão o exercício de reuso, culminando num melhor gerenciamento dos resíduos. São atitudes simples e viáveis que podem ser incorporadas cada vez mais, a fim de proteger o ar, o solo e a água, trazendo como conseqüência melhores condições de saúde humana, qualidade de vida e saúde ambiental.

Em 01/09/15


  1. Educação Física: Saúde coletiva e lazer;
Nesta segunda metade do século XX, a humanidade tem experimentado rápidas e profundas transformações em todas as esferas da vida econômica, cultural, social e política, talvez como nunca em sua história11,28,46. A internacionalização da produção, distribuição e consumo, juntamente com o avanço das tecnologias da informação, tem como resultado a globalização da economia e suas conseqüências macroeconômicas: transnacionalização empresarial, desterritorialização da força de trabalho, desemprego estrutural, entre outras. Ao mesmo tempo, verifica-se aumento das desigualdades entre os povos e os grupos sociais, a eclosão de movimentos nacionalistas, a exacerbação dos conflitos étnicos, a agressão ao meio ambiente, a deterioração do espaço urbano, a intensificação da violência e o desrespeito aos direitos humanos46. No caso da saúde, o debate sobre as suas relações com o desenvolvimento econômico e social que marcou a década de sessenta amplia-se, nos anos setenta, para uma discussão sobre a extensão de cobertura dos serviços. O reconhecimento do direito à saúde e a responsabilidade da sociedade em garantir os cuidados básicos de saúde possibilitam o estabelecimento do célebre lema “Saúde para Todos Saúde coletiva Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 301 Paim, J.S. & Almeida Filho, N. no Ano 2000” (SPT-2000)85. Entretanto, enquanto a estratégia da atenção primária à saúde se difunde a partir da Conferência de Alma-Ata, os centros hegemônicos da economia mundial revalorizam o mercado como mecanismo privilegiado para a alocação de recursos e questionam a responsabilidade estatal na provisão de bens e serviços para o atendimento de necessidades sociais, inclusive saúde. A “nova ordem mundial” que se instaura na década de oitenta, inspirada no neoliberalismo, provoca uma marcante fragilização dos esforços para o enfrentamento coletivo dos problemas de saúde. Particularmente, nos países de economia capitalista dependente, a opção pelo “estado mínimo” e o corte nos gastos públicos como resposta à chamada “crise fiscal do estado” em muito comprometem o âmbito institucional conhecido como saúde pública. Com base nesse quadro, constata-se uma “crise da saúde pública”, percebida de modo diferente pelos distintos sujeitos atuantes neste campo social28,33,39,46,60 . Para a superação dessa crise, vários aportes têm sido propostos, cada um deles apontando para a necessidade de novos paradigmas no “campo da saúde pública”1.* Neste esforço, pode-se incluir desde as iniciativas da Organização Panamericana da Saúde (OPS) de reavaliar a “teoria e prática da saúde pública”65, até a proposição de uma Nova Saúde Pública como parte do movimento de renovação da estratégia “saúde para todos”33,86, e ainda a iniciativa do Banco Mundial de debater as “prioridades na pesquisa & desenvolvimento em saúde”87. Nesse contexto, faz-se necessário e urgente discutir a questão da saúde no âmbito públicocoletivo-social e as propostas de ação subseqüentes. No caso específico da América Latina, a emergência nos últimos vinte anos de um campo que se designou como Saúde Coletiva61 permite a identificação de pontos de encontro com os movimentos de renovação da saúde pública institucionalizada, seja como campo científico, seja como âmbito de práticas, e mesmo como atividade profissional. Nessa perspectiva, as propostas de consolidação do campo da saúde como forma de superação da chamada “crise da saúde pública” podem significar uma oportunidade para efetivamente incorporar o complexo “promoçãosaúde-doença-cuidado” em uma nova perspectiva paradigmática, aumentando assim a viabilidade das metas de Saúde Para Todos mediante políticas públicas saudáveis, através de maior e mais efetiva participação da sociedade nas questões da vida, saúde, sofrimento e morte. Em pauta, encontra-se a necessidade de construção de um marco teórico-conceitual capaz de reconfigurar o campo social da saúde, atualizando-o face às evidências de esgotamento do paradigma científico que sustenta as suas práticas. No presente texto, buscou-se compreender esse marco conceitual enquanto corpo doutrinário estruturador de um dado campo científico (e seu paradigma dominante) e um âmbito de práticas. Trata-se de um estudo exploratório da retórica paradigmática do campo da saúde, consubstanciada nas redes produtoras e difusoras dos seus elementos ideológicos. Para realizá-lo, em primeiro lugar, analisa-se resumidamente os principais elementos de discurso dos movimentos ideológicos que historicamente construíram o campo social da saúde da II Guerra Mundial até a conjuntura atual, em que se almeja uma renovação das bases da saúde pública. Em seguida, apresenta-se uma tentativa de sistematização do marco conceitual da saúde coletiva, em construção na América Latina, situando mais particularmente as suas potencialidades de constituição de um conhecimento transdisciplinar. Em conclusão, pretende-se propor que este movimento ideológico pode melhor se articular a novos paradigmas científicos capazes de abordar o objeto complexo saúde-doença-cuidado respeitando sua historicidade e integralidade. MOVIMENTOS NO CAMPO SOCIAL DA SAÚDE Terris (1992)81 atualiza a clássica definição de saúde pública elaborada por Winslow, na década de vinte, nos seguintes termos: “a arte e a ciência de prevenir a doença e a incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante os esforços organizados da comunidade”. A partir dessa concepção, esse autor prescreve quatro tarefas básicas para a teoria e a prática de uma “Nova Saúde Pública”: prevenção das doenças não infecciosas, Observa-se cada vez mais uma ampliação do uso do termo paradigma para tratar de qualquer tipo de conhecimento humano e, de um modo ainda mais alargado, para referir-se a práticas sociais de qualquer natureza. Atualmente, pode-se encontrar desde uma equivalência do paradigma ao conceito amplo de campo disciplinar, como na noção de “paradigma da saúde pública”, 1 até um tratamento mais regionalizado de paradigma no sentido da mera atitude perante uma instituição como, por exemplo, nos múltiplos usos que o termo vem adquirindo no campo das ciências da gestão77. Em nível intermediário, no próprio campo da saúde, documentos oficiais de construção doutrinária têm feito uso do termo na conotação de modelo ou abordagem como, por exemplo, a noção de “paradigma da atenção primária à saúde”54. Como mencionado em outra oportunidade6 , trata-se de utilização indevida de uma categoria cujo sentido técnico encontra-se razoavelmente estabelecido no campo teórico da filosofia da ciência, particularmente na abordagem de crítica histórica de Thomas Kuhn41. 302 Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 Saúde coletiva Paim, J.S. & Almeida Filho, N. prevenção das doenças infecciosas, promoção da saúde, melhoria da atenção médica e da reabilitação. Frenk33 (1992) considera como campo de aplicação da “Nova Saúde Pública” as condições e respostas assentadas nas bases científicas das ciências biológicas, sociais e comportamentais, tendo como áreas de aplicação populações, problemas e programas. Para melhor delimitar o novo campo científico, esse autor desenvolve uma tipologia da investigação em saúde, distinguindo os níveis de atuação individual e subindividual, onde se concentram a pesquisa biomédica e a pesquisa clínica, em relação ao nível populacional que toma como objetos de análise as condições (pesquisa epidemiológica) e as respostas sociais frente aos problemas de saúde (pesquisa em sistemas de saúde - políticas de saúde, organização de sistemas de saúde, investigação em serviços e recursos de saúde). Testa83 (1992), ao analisar as respostas sociais no campo da saúde pública, denomina “atenção primitiva à saúde” aquela adotada nos países que dispõem de serviços diferenciados para distintos grupos sociais e que estão preocupados, fundamentalmente, em reduzir os gastos em saúde organizando serviços de segunda categoria para uma população considerada inferior. A partir de uma reflexão sobre as políticas sociais82, e buscando o redimensionamento teórico da saúde como “campo de força” e de aplicação da ciência, esse autor reconhece a saúde pública enquanto uma prática social, uma construção histórica, portanto. A importante contribuição das abordagens etnográficas contemporâneas da prática científica, especialmente no contexto da chamada “virada hermenêutica”13, indica que os âmbitos da prática humana não se configuram a partir de uma estrutura racional de base normativa ou prescritiva, nem pela vertente doxológica (da doutrina), com o estabelecimento de objetivos hetero-regulados, nem pelo viés epistemológico formal. Em outras palavras, nem definições - mesmo aquelas exaustivas e objetivas como por exemplo a definição WinslowTerris, nem estruturas lógicas descritivas - como a classificação de Frenk são capazes de dar conta do essencial dos campos científicos e seus respectivos âmbitos de prática. Mas se as proposições das políticas de saúde e as prescrições da saúde pública são contextualizadas num “campo de força” como pode-se apreender a partir da crítica histórica de Testa, outros sentidos e significados podem ser extraídos dessa retórica. Por isso, antes de analisar os elementos discursivos das novas propostas, é necessário uma contextualização das práticas e dos discursos que, nos últimos cinqüenta anos, vêm constituindo o campo social da saúde bem como seus efeitos sobre a estruturação dos discursos oficiais nacionais e internacionais. Antes ainda, serão repassadas brevemente as raízes históricas dos elementos discursivos e pragmáticos dos movimentos ideológicos do campo social da saúde. A área da saúde, inevitavelmente referida ao âmbito coletivo-público-social, tem passado historicamente por sucessivos movimentos de recomposição das práticas sanitárias decorrentes das distintas articulações entre sociedade e Estado que definem, em cada conjuntura, as respostas sociais às necessidades e aos problemas de saúde. As bases doutrinárias dos discursos sociais sobre a saúde emergem na segunda metade do século XVIII, na Europa Ocidental, em um processo histórico de disciplinamento dos corpos e constituição das interven- ções sobre os sujeitos31,32. Por um lado, a higiene, enquanto conjunto de normatizações e preceitos a serem seguidos e aplicados em âmbito individual, produz um discurso sobre a boa saúde francamente circunscrito à esfera moral. Por outro lado, as propostas de uma política (ou polícia) médica estabelecem a responsabilidade do Estado como definidor de políticas, leis e regulamentos referentes à saúde no coletivo e como agente fiscalizador da sua aplicação social, desta forma remetendo os discursos e as práticas de saúde à instância jurídico-política70. No século seguinte, os países europeus avançam um processo macrossocial da maior importância histórica: a Revolução Industrial, que produz um tremendo impacto sobre as condições de vida e de saúde das suas populações. Com a organização da classes trabalhadoras e o aumento da sua participação política, principalmente nos países que atingiram um maior desenvolvimento das relações produtivas, como Inglaterra, França e Alemanha, rapidamente incorporam-se temas relativos à saúde na pauta das reivindicações dos movimentos sociais do período. Entre 1830 e 1880, surgem, nesses países, propostas de compreensão da crise sanitária como fundamentalmente um processo político e social que, em seu conjunto, receberam a denominação de Medicina Social70,78. Em síntese, postula-se nesse movimento que a medicina é política aplicada no campo da saúde individual e que a política nada mais é que a aplicação da medicina no âmbito social, curando-se os males da sociedade. A participação política é a principal estratégia de transformação da realidade de saúde, na expectativa de que das revoluções populares deveria resultar democracia, justiça e igualdade, principais determinantes da saúde Saúde coletiva Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 303 Paim, J.S. & Almeida Filho, N. social. Apesar de desbaratado no plano político, o movimento da medicina social gera importante produção doutrinária e conceitual que fornece as bases para os esforços subseqüentes de pensar a questão da saúde na sociedade7,22,24,35,58,70,78. Em paralelo, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, estrutura-se uma resposta a esta problemática estreitamente integrada à ação do Estado no âmbito da saúde, constituindo um movimento conhecido como Sanitarismo78. Em sua maioria funcionários das recém-implantadas agências oficiais de saúde e bem-estar, os sanitaristas produzem um discurso e uma prática sobre as questões da saúde fundamentalmente baseados em aplicação de tecnologia e em princípios de organização racional para a expansão de atividades profiláticas (saneamento, imunização e controle de vetores) destinadas principalmente aos pobres e setores excluídos da população24,35,78. O advento do paradigma microbiano nas ciências básicas da saúde representa um grande reforço ao movimento sanitarista que, em um processo de hegemonização, e já então batizado de saúde pública, praticamente redefine as diretrizes da teoria e prática no campo da saúde social no mundo ocidental22. No início deste século, com o célebre Relatório Flexner, desencadeia-se nos Estados Unidos uma profunda reavaliação das bases científicas da medicina, que resulta na redefinição do ensino e da prática médica a partir de princípios tecnológicos rigorosos. Com sua ênfase no conhecimento experimental de base subindividual, provenientes da pesquisa básica realizada geralmente sobre doenças infecciosas, o modelo conceitual flexneriano reforça a separação entre individual e coletivo, privado e público, biológico e social, curativo e preventivo68. É nesse contexto que surgem as primeiras escolas de saúde pública contando com pesados investimentos de organismos como a Fundação Rockefeller, inicialmente nos Estados Unidos e em seguida em vários países, inclusive na América Latina27. De fato, as referências paradigmáticas do movimento da saúde pública não expressam qualquer contradição perante as bases positivistas da medicina flexneriana, conforme demonstrado pelo processo de seleção das demandas de subvenção destinadas à institucionalização dos centros de formação de sanitaristas e epidemiologistas da época27,68. Na década de quarenta, como uma conseqüência de processos externos e internos ao campo da saúde (por um lado, os reflexos sociais da crise econômica de 29, e por outro lado, o incremento de custos devido ao aumento da especialização e da tecnologização da prática médica) articula-se nos Estados Unidos propostas de implantação de um sistema nacional de saúde7. Pela ação direta do poderoso lobby das corporações médicas daquele país, no lugar de uma reforma setorial da saúde nos moldes da maioria dos países europeus, propõe-se mudanças no ensino médico nele incorporando uma vaga ênfase na prevenção. Em 1952, realiza-se em Colorado Springs uma reunião de representantes das principais escolas de medicina norte-americanas (incluindo Canadá), ponto de partida para uma ampla reforma dos currículos de cursos médicos no sentido de inculcar uma atitude preventiva nos futuros praticantes7,22. No nível da estrutura organizacional, propõe-se a abertura de departamentos de medicina preventiva substituindo as tradicionais cátedras de higiene, capazes de atuar como elementos de difusão dos conteúdos de epidemiologia, administração de saúde e ciências da conduta até então abrigados nas escolas de saúde pública45,78. Nesta proposta, o conceito de saúde é representado por metáforas gradualistas do processo saúde-enfermidade, que justificam conceitualmente intervenções prévias à ocorrência concreta de sinais e sintomas em uma fase pré- clínica45 . A própria noção de prevenção é radicalmente redefinida, através de uma ousada manobra semântica (ampliação de sentido pela adjetivação da prevenção como primária, secundária e terciária) que termina incorporando a totalidade da prática médica ao novo campo discursivo. Que isto tenha ocorrido somente no nível da retórica indica apenas a limitada pretensão transformadora do movimento em pauta, efetivamente preso no que Arouca7 com muita perspicácia denominou de “dilema preventivista”. Com entusiasmo compreensível, organismos internacionais do campo da saúde aderem de imediato à nova doutrina, orquestrando uma internacionalização da Medicina Preventiva já franca-mente como movimento ideológico7 . Na Europa, realizamse congressos no modelo Colorado Springs em Nancy (França), no mesmo ano de 1952, e em Gotemburgo (Suécia) no ano seguinte, patrocinados pela Organização Mundial da Saúde (OMS); na América Latina, sob o patrocínio da OPS, são organizadas os Seminários de Viña del Mar (Chile) em 1955 e de Tehuacán (México) em 19567,22,37. O sucesso deste movimento no seu país de origem é inegável: a única nação industrializada que até hoje não dispõe de um sistema universal de assistência à saúde é justamente os Estados Unidos. Na América Latina, apesar das expectativas e investimentos de organismos e fundações internacionais, o único efeito 304 Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 Saúde coletiva Paim, J.S. & Almeida Filho, N. deste movimento parece ser a implantação de departamentos acadêmicos de medicina preventiva em países que, já na década de sessenta, passavam por processos de reforma universitária7,78. Na Europa ocidental, em países que já dispunham de estruturas acadêmicas de longa tradição e que no pós-guerra consolidavam sistemas nacionais de saúde de acesso universal e hierarquizados, a proposta da medicina preventiva não causa maior impacto nem sobre o ensino nem sobre a organização da assistência à saúde37. Os célebres anos sessenta marcam nos Estados Unidos uma conjuntura de intensa mobilização popular e intelectual em torno de importantes questões sociais, como os direitos humanos, a guerra do Vietnã, a pobreza urbana e o racismo. Diversos modelos de intervenção são testados e institucionalizados sob a forma de movimentos organizados no âmbito local das comunidades urbanas, destinados principalmente à ampliação da ação social nos setores de habitação, educação e saúde (particularmente saúde mental), reduzindo tensões sociais nos guetos das principais metrópoles norte-americanas24. No campo da saúde, organizase então o movimento da saúde comunitária, também conhecido como medicina comunitária* , baseado na implantação de centros comunitários de saúde, em geral administrados por organizações não lucrativas porém subsidiados pelo governo federal, destinados a efetuar ações preventivas e prestar cuidados básicos de saúde à população residente em áreas geograficamente delimitadas7,22,24,42. A proposta da saúde comunitária inegavelmente recupera parte importante do arsenal discursivo da medicina preventiva, particularmente a ênfase nas então denominadas “ciências da conduta” (sociologia, antropologia e psicologia) aplicadas a problemas de saúde. Nesse caso, entretanto, o conhecimento dos processos socioculturais e psicossociais destina-se não a facilitar a relação médico-paciente ou a gestão institucional em saúde, como no movimento precedente, mas sim a possibilitar a integração das equipes de saúde nas comunidades “problemáticas”, através da identificação e cooptação dos agentes e forças sociais locais para os programas de educação em saúde24. Em um certo sentido, o movimento da saúde comunitária consegue colocar em prática alguns dos princípios preventivistas 58, evidentemente focalizando setores sociais minoritários e deixando mais uma vez intocado o mandato social da assistência médica convencional. Desta feita, o fracasso do movimento da saúde comunitária, artificial e distanciado do sistema de saúde predominante no país de origem, parece evidente24,42,58. Neste particular, Desrosiers22 chega a ser irônico, ao comentar que nos Estados Unidos, dado “o caráter parcial e muitas vezes temporário das experiências de medicina ou saúde comunitária, restou somente a expressão (...) no lugar da saúde pública tradicional”. Não obstante, mais uma vez, organismos internacionais do campo da saúde rapidamente incorporam o novo movimento ideológico, traduzindo o seu corpo doutrinário às necessidades dos diferentes contextos de aplicação potencial7,22,24. Com o endosso da OMS, os princípios desses programas comunitários de saúde passam a enfatizar mais a dimensão da assistência simplificada visando à extensão de cobertura de serviços para populações até então excluídas do cuidado à saúde, principalmente em áreas rurais, sendo dessa maneira incorporados ao discurso das agências oficiais (secretarias, ministérios) de saúde. Efetivamente, data de 1953 a definição dos “serviços básicos de saúde” da OMS86, cobrindo as seguintes atividades: a) atenção à saúde da mulher e da criança; b) controle de doenças transmissíveis; c) saneamento ambiental; d) manutenção de sistemas de informação; e) educação em saúde; e) enfermagem de saúde pública; f) assistência médica de baixo grau de complexidade. A revisão de 1963, desta definição, realizada por uma comissão de especialistas já engajados no movimento da saúde comunitária, propõe incluir nesta relação a participação54. Na América Latina, programas de saúde comunitária são implantados principalmente na Colômbia, no Brasil e no Chile, sob o patrocínio de fundações norte-americanas e endossados pela OPS, na expectativa de que o seu efeito-demonstração poderia influenciar positivamente o desenho dos sistemas de saúde no continente24. Em um plano mais geral, há mais de 20 anos (1977), a Assembléia Mundial da Saúde lança a consigna Saúde para Todos no Ano 2000, assumindo uma proposta política de extensão da cobertura dos serviços básicos de saúde com base em sistemas simplificados de assistência à saúde60,86. No ano seguinte (1978), em Alma Ata, a Conferência Internacional sobre Atenção Primária à Saúde, promovida pela OMS, reafirma a saúde como direito do homem, sob a responsabilidade política dos governos, e reconhece a sua determinação inter- * Esta denominação é empregada na Europa e Canadá para designar departamentos de medicina preventiva e social, sem qualquer conotação de ação assistencial em comunidades 37. Saúde coletiva Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 305 Paim, J.S. & Almeida Filho, N. setorial85,86 . Além disso, estabelece a Atenção Primária à Saúde como estratégia privilegiada de operacionalização das metas da SPT-2000, implicitamente incorporando elementos do discurso da saúde comunitária. Mais tarde, já na década de oitenta, com o rótulo atualizado de SILOS (Sistemas Locais de Saúde) e dentro de um modelo distritalizado com base em níveis hierarquizados de atenção, a retórica da saúde comunitária integra-se às primeiras iniciativas de reforma setorial da saúde nos países subdesenvolvidos61. Em 1974, no Canadá, o documento conhecido como Relatório Lalonde16 define as bases de um movimento pela promoção da saúde, trazendo como consigna básica adicionar não só anos à vida mas vida aos anos. Estabelece o modelo do “campo da saúde” composto por quatro pólos: a biologia humana que inclui a maturidade e envelhecimento, sistemas internos complexos e herança genética; o sistema de organização dos serviços, contemplando os componentes de recuperação, curativo e preventivo; o ambiente, que envolve o social, o psicológico e o físico; e, finalmente, o estilo de vida, no qual podem ser considerados a participação no emprego e riscos ocupacionais, os padrões de consumo e os riscos das atividades de lazer. Propõe como estratégias considerar a gravidade dos problemas de saúde, a prioridade dos tomadores de decisão, a disponibilidade de soluções efetivas com resultados mensuráveis, os custos e as “iniciativas federais” centradas na promoção da saúde, na regulação, na pesquisa, na eficiência da atenção à saúde e no estabelecimento de objetivos. Com base nesses princípios e estratégias, e no contexto do que veio a se chamar de revolution tranquile, implanta-se em várias províncias do Canadá uma rede de centros comunitários de saúde e serviços sociais, efetivamente integrados a um sistema de medicina socializada, que representa uma síntese dos modelos de atenção precedentes. De acordo com Desrosiers22, a reforma do sistema de saúde canadense teve como objetivos: reunir os serviços sociais e os serviços de saúde sob a autoridade de um mesmo ministério chamado de Ministério dos Assuntos Sociais, nos mesmos estabelecimentos em âmbito local, os CLSC [Centros Locais de Serviços Comunitários], com uma equipe pluridisciplinar composta de agentes sanitários e sociais; favorecer uma medicina global pela prática nos CLSC e através de laços estreitos entre clínicos e especialistas da saúde pública no âmbito dos hospitais; enfim, assegurar uma participação importante dos cidadãos na administração dos serviços de saúde. A Carta de Ottawa17, documento oficial que institucionaliza o modelo canadense, define os principais elementos discursivos do movimento da promoção da saúde: a) integração da saúde como parte de políticas públicas “saudáveis”; b) atuação da comunidade na gestão do sistema de saúde; c) reorientação dos sistemas de saúde; d) ênfase na mudança dos estilos de vida. Cronologicamente, este movimento corresponde ao desmantelamento do National Health Service da Inglaterra, na conjuntura do “tatcherismo”, e à reforma dos sistemas de saúde e seguridade social dos países escandinavos, face ao recuo da socialdemocracia no continente europeu, o que restringe o seu potencial de expansão mesmo entre os países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, na década de oitenta, desenvolvem-se programas acadêmicos levemente inspirados por esse movimento, sob a sigla HPDP (Health Promotion Disease Prevention), claramente indicando a opção pela proposta mínima de mudança de estilo de vida por meio de programas de modificação de comportamentos considerados de risco (como hábito de fumar, dieta, sedentarismo, entre outros). No que se refere à absorção do discurso da promoção da saúde pelos organismos internacionais, deve-se referir ao Projeto Cidades Saudáveis da OMS, lançado com bastante publicidade em 198685. Vale ainda mencionar que o Banco Mundial, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde, patrocina em 1991 atualização dos princípios do movimento da promoção da saúde, nele incorporando a questão do desenvolvimento econômico e social sustentado como importante pauta extra-setorial para o campo da saúde11,87. Além disso, no contexto da Conferência Mundial pelo Meio Ambiente, conhecida como ECO 92, promovida pela Organização das Nações Unidas no Rio de Janeiro, a saúde ambiental foi definida como prioridade social para a promoção da saúde, dentro da célebre Agenda 2185,86. A essa altura, a receita neoliberal é adotada pelos organismos financeiros internacionais e imposta aos países que pretendem inserir-se na “nova ordem” do capitalismo mundial, sobretudo depois da derrocada do leste europeu e dos impasses do “socialismo real”. Justamente nesse contexto a OPS promove, a partir de 1990, um debate sobre a crise da saúde pública privilegiando uma reflexão sobre os conceitos, teorias, metodologias, elementos explicativos, determinantes estruturais, repercussões operacionais e nas práticas de saúde, e perspectivas futuras para a saúde pública nas suas relações com o Estado e a sociedade28,46,55-57,65. Paralelamente, a OMS patrocina uma 306 Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 Saúde coletiva Paim, J.S. & Almeida Filho, N. reflexão articulada sobre as bases de uma “Nova Saúde Pública”, organizando um conjunto de seminá- rios e reuniões sobre formação avançada, liderança institucional, teoria e prática em saúde pública33,54,85. A “NOVA SAÚDE PÚBLICA” Presentemente, diversos países realizam reformas econômicas, políticas e administrativas buscando assegurar algum espaço na nova configuração dos mercados mundiais. A reforma do Estado, ainda que não suficientemente explicitada, coloca-se na agenda política de governos com diferentes espectros político-ideológicos e, nesse particular, emergem propostas setoriais como é o caso da saúde. Na América Latina, muitas das reformas do setor saúde são apoiadas por organismos financeiros internacionais, a exemplo do Banco Mundial11, cujos pressupostos e diretrizes divergem bastante dos projetos originais de reforma sanitária. Portanto, fazse necessário discernir os conteúdos substantivos de cada um dos projetos para que, por exemplo, seja possível compreender as especificidades do sistema de saúde canadense em comparação com o projeto Clinton para a atualização do complexo de serviços de saúde estadunidense, do mesmo modo que se faz necessário considerar as diferenças entre a organização dos serviços de saúde em Cuba, com ênfase na atenção primária, e as propostas de reforma setorial da Bolívia e da Colômbia. Respostas pragmáticas a tal “momento de verdade”28 podem ser visualizadas, no caso da América Latina, através das propostas do Banco Mundial que valorizam a eficiência e a eficácia em detrimento da eqüidade mediante políticas de ajuste macroeconômico e, no setor saúde, através da focalização e da cesta básica de serviços11,87. Assim, muitas dessas reformas setoriais não chegam a ser concebidas nem debatidas pelas escolas de saúde pública ou organismos assemelhados e, em certos casos, passam ao largo dos próprios ministérios da saúde, sendo negociadas diretamente entre as agências financeiras e a “área econômica” dos governos. Nesse contexto, uma reflexão sobre a “Nova Saúde Pública” que procura examinar, de modo crítico e profundo, os determinantes da “crise da saúde pública”, passa a ser identificada pejorativamente como “assunto de sanitaristas”, isto é, de escolas e pesquisadores do campo da saúde bem como de funcionários públicos com responsabilidades operativas. A correlação de forças políticas e institucionais vigente mantém afastados do cenário das reformas de vários países não só os trabalhadores do setor como especialmente os distintos segmentos da população que serão “objeto” dessas reformas. As conquistas democráticas alcançadas pelos povos latino-americanos e caribenhos, especialmente a partir da década de oitenta, ainda não foram suficientes para garantir a publicização (isto é: controle público das políticas e práticas institucionais dos respectivos Estados) dos seus aparelhos e mesmo das suas burocracias. A linha mais pragmática, prescritiva e intervencionista adotada por um painel convocado pela OMS para discutir a “Nova Saúde Pública” (Genebra, 1995)86, em consonância com as visões de representantes europeus e americanos da saúde pública, não parece dar conta dos impasses identificados na região das Américas, particularmente na América Latina e Caribe. Como integram sistemas relativamente estabilizados em que as regras de jogo mudam lentamente, para eles a crise não é estrutural e representaria apenas uma dada interpretação de sanitaristas. Propõem assim a agregação de novos temas e habilidades ao campo da saúde pública ou ao seu âmbito de práticas e de instituições54,86. Todavia, este enfoque pode resultar em reformas curriculares das respectivas escolas ou em reformas administrativas nas instituições de saúde mas, seguramente, é insuficiente para dar conta de uma política de eqüidade, solidariedade e saúde tal como propõe a própria OMS neste final de século85. Conseqüentemente, as instituições acadêmicas e de serviços do campo da saúde não podem ignorar o movimento que se engendra em torno da formulação de uma política global de saúde como componente diretivo do corpo doutrinário elaborado em função de uma proposta de “Renovação da Saúde para Todos” (RSPT)85. Desse modo, poderão reatualizar suas concepções e práticas acerca da saúde pública e, simultaneamente, estarão em condições de explorar oportunidades de diálogo e de construção de alianças entre organizações não governamentais e organismos de governo para o enfrentamento dos problemas de saúde. Entretanto, mais que diálogos e alianças, as instituições acadêmicas e de serviços podem produzir novos conceitos, teorias e práticas que, num processo de “interfertilização”60 serão capazes de influir na própria doutrina da RSPT e na política de saúde a ser concebida quando se celebra 20 anos de AlmaAta. Diante das dificuldades óbvias de se dispor de uma concepção convergente sobre a “Nova Saúde Pública”, faz-se pertinente sistematizar algumas questões preliminares. Como os atores sociais que atenderam à convocação para este importante debate Saúde coletiva Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 307 Paim, J.S. & Almeida Filho, N. vêem o campo social da saúde e o perfil do profissional que atuará nos distintos âmbitos de ação? Que conteúdos devem ser privilegiados? Se o campo de conhecimento da saúde pública é tão amplo que não comporta um tipo único de profissional para atuar nas instituições e serviços, qual o núcleo básico de conhecimentos e habilidades que deverão compor o novo perfil profissional num contexto que incorpora novos atores para o seu âmbito de ação, exigindo capacidade de negociação, agir comunicativo e administração de conhecimentos? Iniciativas recentes da OPS55 visando à liderança e à formação avançadas em saúde pública possibilitaram uma discussão ampliada dessa questão na Região das Américas, incluindo, portanto, o Canadá, os EUA e os países do Caribe. Assim, no período 1987-1988 procedeu-se à análise da infraestrutura privilegiando as seguintes áreas críticas: políticas públicas, sistemas de informação e desenvolvimento da epidemiologia, economia e financiamento, recursos humanos em saúde, desenvolvimento tecnológico e sistemas de serviços de saúde. Nos anos 1989-1990 foram realizados seminários para a análise da prestação de serviços no que diz respeito a recuperação da saúde, prevenção de doenças e promoção da saúde65. Finalmente, no período 1991-1995, a OPS encaminhou um ambicioso projeto para reflexão e crítica sobre a teoria e a prática da saúde pública55, tendo como referência os textos básicos e a reunião do “Grupo de Consulta” ocorrida em New Orleans, em 1991, culminando com a Primeira Conferência Panamericana de Educação em Saúde Pública8 , realizada no Rio de Janeiro em 1994. Esta breve resenha sugere um clima estimulante de efervescência teórica e crítica, propiciando pautas de ação apto para iniciar um processo de modernização conceitual apto para sustentar uma nova prática da saúde pública. Segundo Rodriguez69, para esta nova prática, necessita-se de novos profissionais, capazes de cumprir distintos papéis, desde uma função histórico-política de “resgatar, do próprio processo histórico de construção social da saúde, os conhecimentos, êxitos e fracassos da humanidade em sua luta pela cidadania e bem-estar” até uma função agregadora de valor através da produção e gestão do conhecimento científicotecnológico; desde uma função de gerência estratégica de recursos escassos e mediador estratégico das relações entre as necessidades e problemas de saúde e as decisões políticas até uma função de advocacy, utilizando o conhecimento “como instrumento de denúncia promovendo a mobilização crescente da sociedade em demanda de realização do seu potencial de saúde e exercício do direito de cidadania”69. Nessa perspectiva, as escolas de saúde pública devem fortalecer o seu processo de independización. A I Conferência Panamericana sobre Educação em saúde pública (Rio de Janeiro, 1994)8 propôs o aprofundamento do debate em torno da transformação da estrutura organizacional das respectivas escolas, considerando a pertinência da desvinculação administrativa em relação às faculdades de medicina. De fato, o conceito de “espaço transdisciplinar” tende a desestruturar a idéia de faculdade ou escola como organização autosuficiente. Daí a proposta de criação de espaços de excelência que, à semelhança das novas organizações empresariais, funcionem como “redes institucionais agregadoras de valor”8,69. A idéia básica é que se desenvolvam processos de formação e capacitação sistemáticos, criativos e inovadores, cujos eixos fundamentais serão a investigação e a articulação com os serviços de saúde. A produção de lideranças setoriais e institucionais passa a constituir um dos propósitos básicos das novas instituições acadêmicas: Liderança setorial em saúde significa a capacidade do setor de transformar a saúde no referente básico para a formulação de todas as outras políticas públicas. A política de saúde condicionaria, em grande parte, não só comportamentos individuais, mas também ações coletivas, sociais e políticas. A liderança institucional é definida como a capacidade que possui uma organização de irradiar valores, gerar conhecimento e promover compromisso com esses valores, por parte da população e de outras organizações. Uma organização líder produz diferenças fundamentais na comunidade (...). Capacitar-se para a liderança é, portanto, um produto de aquisição de novos valores e habilidades, como o desenvolvimento de novos significados da missão e da filosofia institucionais. Como o objetivo da liderança é promover compromissos públicos com ideais básicos, o setor ou a instituição líder se reconhece não só pela qualidade de suas ações, mas principalmente pelo compromisso que gera nos setores, instituições ou atores que lidera”(OPS56). Podemos destacar, no caso do desenvolvimento da saúde pública na década de noventa, o seu caráter de movimento ideológico, seja utilizando o seu braço acadêmico (Associação Latino-Americana de Escolas de Saúde Pública-ALAESP, por exemplo) seja acionando o seu braço político-ideológico (OPS). Assim, a reflexão sobre as possibilidades de 308 Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 Saúde coletiva Paim, J.S. & Almeida Filho, N. incorporação de novos paradigmas inscreve-se, embora não integralmente, no capítulo das políticas de saúde. As inflexões produzidas no campo do saber encontam-se subordinadas às modificações no âmbito das práticas, ainda que inovações conceituais e desenvolvimentos disciplinares, científicos e tecnológicos possam afetar a formulação e a implementação de algumas dessas políticas. Não se trata de uma determinação mecânica das políticas sobre o campo mas, em última análise, uma decisiva influência, já que é possível conceber situações em que produtos desse campo do saber exercem alterações, ainda que parciais, sobre a organização das práticas de saúde. As modificações do panorama político e social do mundo e da situação de saúde (principalmente a falta de mudanças esperadas) põem em cheque as premissas e previsões dos antigos modelos. Ou talvez o problema seja mais profundo, no nível não dos modelos e sim do paradigma científico que fundamenta este campo de prática social e técnica2,5,69 . Frente aos elementos discursivos e extra-discursivos ligados à constatação de um esgotamento dos paradigmas vigentes, desafiados pela “crise da saúde pública”, surgem demandas por “novos paradigmas”28,46,54. No particular dos elementos discursivos, cabe destacar os pressupostos de que o desenvolvimento da saúde supõe a exclusão da doença e que a ciência e a técnica dispõem de um potencial inesgotável para superar a enfermidade. Como elementos extra-discursivos desse debate encontram-se as restrições econômicas que comprometem a capacidade do Estado suportar, a longo prazo, o custo crescente da atenção à saúde, particularmente a assistência médico-hospitalar, além do fato de que esta assistência não garante melhor nível de bem-estar ou produtividade social. Reconhece-se, ainda, a crescente iniqüidade dos “determinantes da saúde”85, seja no nível singular, relativo à qualidade do ambiente social, seja no nível geral, referente às disparidades da distribuição de renda e poder entre os segmentos sociais. Entretanto, romper com os paradigmas vigentes não significa recusa pura e simples. Impõe movimentos de crítica, elaboração e superação. Tratase de uma construção no plano epistemológico ao tempo em que se mobilizam vontades no âmbito da práxis para alimentar o pensamento e a ação. Esperase que, ao se debater a reforma do setor saúde no contexto da RSPT, seja implementada uma práxis voltada para os “determinantes de saúde” a partir da qual se poderia construir um novo paradigma da saúde. A confluência das três temáticas - reforma setorial, RSPT e “nova saúde pública”, impõe-se pela necessidade de uma agenda política comum, contemplando tanto os planos doutrinário e conceitual quanto o plano metodológico operativo. Nessa perspectiva, faz-se necessário rever paradigmas e propostas de ação, visando a estabelecer balizamentos sobre a questão da saúde no âmbito coletivo. No caso específico da América Latina, a construção nos últimos vinte anos do movimento denominado saúde coletiva tem permitido um diálogo crítico e a identificação de contradições e acordos com a saúde pública institucionalizada, seja na esfera técnico-científico, seja no terreno das práticas. Em outras palavras, trata-se de considerar, no âmbito do interesse específico, as seguintes questões: Será que o movimento da saúde coletiva pode se apresentar como um novo paradigma científico, em um sentido rigorosamente delimitado? Que pautas epistemológicas, teóricas, metodológicas e políticas devem ser ativadas para alcançar mudanças paradigmáticas no campo da saúde? Pragmaticamente, que modelos de compreensão da situação de saúde poderão ser produzidos? Mais ainda, que efeitos terão tais transformações sobre a retórica e a prática no campo da saúde? No restante do presente ensaio, será apresentada uma tentativa de sistematização do marco conceitual da saúde coletiva, em construção na América Latina, situando mais particularmente as suas potencialidades de constituição de um conhecimento transdisciplinar. Como conclusão, pretende-se propor que este movimento ideológico pode melhor se articular a novos paradigmas científicos capazes de abordar o objeto complexo saúde-doença-cuidado respeitando sua historicidade e integralidade. SAÚDE COLETIVA: CAMPO CIENTÍFICO E ÂMBITO DE PRÁTICAS Como ponto de partida, pode-se entender a saúde coletiva como campo científico14, 67, onde se produzem saberes e conhecimentos acerca do objeto ‘saúde’ e onde operam distintas disciplinas que o contemplam sob vários ângulos; e como âmbito de práticas61, onde se realizam ações em diferentes organizações e instituições por diversos agentes (especializados ou não) dentro e fora do espaço convencionalmente reconhecido como “setor saúde”. Assumir a saúde coletiva como um campo científico implica considerar alguns problemas para a reflexão. Trata-se, efetivamente, de um campo novo ou de um Saúde coletiva Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 309 Paim, J.S. & Almeida Filho, N. novo paradigma dentro do campo da saúde pública? Quais os saberes que dão suporte ao campo e, conseqüentemente, às práticas dos seus atores sociais? Quais os “obstáculos epistemológicos” que dificultam o seu desenvolvimento científico? Quais os “obstáculos da práxis” face à reorganização dos processos produtivos, à sociedade da informação, à reforma do Estado e das suas novas relações com a sociedade? Algumas respostas provisórias a estas questões serão apresentadas nesta seção, ainda que um aprofundamento sobre a temática exija um texto de maior fôlego. Originalmente, o marco conceitual* proposto para orientar o ensino, a pesquisa e a extensão em saúde coletiva no caso brasileiro, foi composto pelos seguintes pressupostos básicos (Paim59): a) “A Saúde, enquanto estado vital, setor de produção e campo do saber, está articulada à estrutura da sociedade através das suas instâncias econômica e político-ideológica, possuindo, portanto, uma historicidade.” b) “As ações de saúde (promoção, proteção, recuperação, reabilitação) constituem uma prática social e trazem consigo as influências do relacionamento dos grupos sociais.” c) “O objeto da Saúde Coletiva é construído nos limites do biológico e do social e compreende a investigação dos determinantes da produção social das doenças e da organização dos serviços de saúde, e o estudo da historicidade do saber e das práticas sobre os mesmos. Nesse sentido, o caráter interdisciplinar desse objeto sugere uma integração no plano do conhecimento e não no plano da estratégia, de reunir profissionais com múltiplas formações” (...). f) “O conhecimento não se dá pelo contato com a realidade, mas pela compreensão das suas leis e pelo comprometimento com as forças capazes de transformá-la” . Não obstante a adesão que tais pressupostos possam, ainda hoje, estimular, cabe ressaltar que o desenvolvimento da saúde coletiva, enquanto área do saber e campo de práticas, nos últimos anos permite recontextualizar alguns desses pressupostos. Assim, a definição do “objeto” acima apresentada sugere o entendimento da saúde coletiva como ciência ou disciplina científica. Em um momento posterior de discussão desse campo na América Latina, Fleury 29 chega a definir saúde coletiva como “área de produção de conhecimentos que tem como objeto as práticas e os saberes em saúde, referidos ao coletivo enquanto campo estruturado de relações sociais onde a doença adquire significação”. Entretanto, o trabalho teórico-epistemológico empreendido mais recentemente aponta a saúde coletiva como um campo interdisciplinar e não propriamente como uma disciplina científica, muito menos uma ciência ou especialidade médica4,61,67. Cumpre ressaltar as influências mútuas entre esse desenvolvimento e os movimentos pela democratização das formações sociais latinoamericanas, especialmente os processos de reforma sanitária desencadeados em alguns países da região. De fato, o marco conceitual da saúde coletiva, tal como vem sendo construído a partir da década de 70, resulta, de um lado, da crítica aos diferentes movimentos e projetos de reforma em saúde ocorridos nos países capitalistas e, de outro, da elaboração teórico-epistemológica e da produção científica, articuladas às práticas sociais. A constituição da saúde coletiva, tendo em conta os seus fecundos diálogos com a saúde pública e com a medicina social, tal como vem se concretizando nas duas últimas décadas, permite uma delimitação compreensivelmente provisória desse campo científico, enquanto campo de conhecimento e âmbito de práticas. Enquanto campo de conhecimento, a saúde coletiva contribui com o estudo do fenômeno saúde/doença em populações enquanto processo social; investiga a produção e distribuição das doenças na sociedade como processos de produção e reprodução social; analisa as práticas de saúde (processo de trabalho) na sua articulação com as demais práticas sociais; procura compreender, enfim, as formas com que a sociedade identifica suas necessidades e problemas de saúde, busca sua explicação e se organiza para enfrentá-los. Na América Latina, e no Brasil em particular, realiza-se nas duas últimas décadas um trabalho de construção de novas teorias, enfoques e métodos da epidemiologia e da planificação em saúde, além de investigações concretas buscando a aplicação de métodos das ciências sociais no campo da saúde coletiva18,29,34,53,61. Desse esforço de reconstrução teórica, tem emergido no campo novos objetos de conhecimento e de intervenção, como por exemplo os casos da comunicação social em saúde e da vigilância em saúde. Nesse aspecto, cabe referir o desenvolvimento científico e tecnológico do campo mediante importantes contribuições nas áreas de * Entende-se marco conceitual como Juan César Garcia, no sentido da “apresentação de um fenômeno ou acontecimento atendendo só as suas linhas ou características mais significativas, de modo a facilitar um certo nível de generalidade que o torna aplicável a situações distintas dentro de uma área semelhante”34. 310 Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 Saúde coletiva Paim, J.S. & Almeida Filho, N. Epidemiologia Social12,15,19,43,44,66,79, Políticas e Práticas de Saúde19,24-26,29,30,36,40,49-51,59-64,73-76 , Planificação em Saúde47,48,73-76,80,82-84, e Epistemologia e Metodologia em Saúde2-6,20-21,52,53,71-72. Nessa perspectiva, a saúde coletiva pode ser considerada como um campo de conhecimento de natureza interdisciplinar cujas disciplinas básicas são a epidemiologia, o planejamento/administração de saúde e as ciências sociais em saúde. Este contempla o desenvolvimento de atividades de investigação sobre o estado sanitário da população, a natureza das políticas de saúde, a relação entre os processos de trabalho e doenças e agravos, bem como as intervenções de grupos e classes sociais sobre a questão sanitária67. São disciplinas complementares desse campo a estatística, a demografia, a geografia, a clínica, a genética, as ciências biomédicas básicas, entre outras. Esta área do saber fundamenta um âmbito de práticas transdisciplinar, multiprofissional, interinstitucional e transetorial. Enquanto âmbito de práticas, a saúde coletiva envolve determinadas práticas que tomam como objeto as necessidades sociais de saúde, como instrumentos de trabalho distintos saberes, disciplinas, tecnologias materiais e não materiais, e como atividades intervenções centradas nos grupos sociais e no ambiente, independentemente do tipo de profissional e do modelo de institucionalização. Abrange, portanto, um conjunto articulado de práticas técnicas, científicas, culturais, ideológicas, políticas e econômicas, desenvolvidas no âmbito acadêmico, nas instituições de saúde, nas organizações da sociedade civil e nos institutos de pesquisa, informadas por distintas correntes de pensamento resultantes da adesão ou crítica aos diversos projetos de reforma em saúde61. Contudo, mais do que definições formais, a saúde coletiva requer uma compreensão dos desafios que se colocam no presente e no futuro que transcendem o campo institucional e o tipo de profissional convencionalmente reconhecidos como da saúde pública. A possibilidade de redimensionar objeto, instrumentos de trabalho e atividades, considerando sua articulação com a totalidade social reabre alternativas metodológicas e técnicas para pensar e atuar no campo da saúde coletiva no trânsito para o novo milênio. Conforme destacado em uma das mais fecundas contribuições a esse debate, os avanços da epidemiologia crítica, a epistemologia política, os novos aportes das ciências sociais, a planificação estratégica, a comunicação social e a educação popular têm constituído bases fundamentais para a elaboração de novos instrumentos de docência, investigação e cooperação com as organizações e instituições da sociedade civil do Estado. A própria experiência de resistência e luta em saúde por parte de nosso povo nos tem permitido encontrar em nossa história e cultura os elementos fundamentais para o avanço de nosso pensamento e ação(...). Não somente se necessitam conhecimentos para apreender a realidade, mas também se deve realizar uma aproximação gnoseológica distinta com vistas a encontrar na realidade - ademais de conhecimentos - saberes, desejos, sentidos, projeções de luta e mudança, que constituem também aspectos fundamentais da ação humana26. A superação do biologismo dominante, da naturalização da vida social, da sua submissão à clínica e da sua dependência ao modelo médico hegemônico - cuja expressão institucional no âmbito das universidades é a sua subordinação funcional, política e administrativa às faculdades de medicina - representam elementos significativos para o marco conceitual da saúde coletiva. Faz-se necessária, portanto, a identificação de uma “nova positividade” na articulação das dimensões objetiva e subjetiva no campo social da saúde. A retomada da problemática do sujeito não significa a negação das estruturas, do mesmo modo que a definição de um marco conceitual para a saúde coletiva não implica a adoção de um quadro teórico de referência exclusivo e excludente. Isto porque, segundo Granda36, tanto o mundo natural, quanto o mundo social se encontram determinados e em constante devir, porém sua diferença radica em que no segundo o conhecimento se transforma em consciência e sentido de necessidade e necessidade de ação que encobre uma potencialidade para a ação; então, é necessário pensar que para poder estudar o processo saúde/ enfermidade se requer considerar os sujeitos sãos e enfermos não unicamente para explicá-los sim para compreendê-los e conjuntamente construir potencialidades de ação. Conseqüentemente, a análise das relações entre as ciências sociais, a vida cotidiana e as ciências naturais, ao tempo em que examina a constituição dos sujeitos sociais, pode localizar essa “nova positividade”, tanto na militância sociopolítica, quanto na incorporação tecnológica18,29,40 . A valorização da dimensão subjetiva das práticas de saúde, das vivências dos usuários e trabalhadores do setor tem proporcionado espaços de comunicação e diálogo com outros saberes e práticas abrindo novas perspectivas de reflexão e de ação. A revisão crítica Saúde coletiva Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 311 Paim, J.S. & Almeida Filho, N. de algumas proposições tais como “campo de saúde”23, promoção da saúde (Carta de Ottawa, 1984)17, vigilância em saúde48, confere novos sentidos para as reflexões sobre a saúde coletiva no continente. Donnangelo25 ilustra as potencialidades de tais redefinições: A variedade e o caráter freqüentemente restrito e restritivo das conceptualizações do coletivo/social não invalidam o fato de que as práticas sanitárias se viram constantemente invadidas pela necessidade de construção do social como objeto de análise e como campo de intervenção. Nem devem induzir à suposição de que a vida social concreta acabe por tornar-se mero produto dessas opções conceituais. Ela irromperá, certamente, sob outras formas, também no campo do saber, quando as malhas conceituais e sociais se revelarem estreitas face à concretude dos processos sociais. A discussão entre as finalidades das práticas de saúde e o seu objeto, meios de trabalho e atividades, bem como a análise das relações técnicas e sociais do trabalho em saúde como via de aproximação entre os modelos assistenciais e de gestão, constituem desafios teóricos e práticos para a saúde coletiva. Isto resulta de uma ampliação dos objetos de intervenção, a partir da noção de prevenção e atenção primária para os conceitos de qualidade de vida e promoção da saúde, como observam Schraiber e MendesGonçalves74 no seguinte trecho: A atenção primária vem progressivamente se tornando um complexo assistencial que envolve difíceis definições de tecnologia apropriada. Não só a medicina desenvolveu-se muito em seus diagnósticos precoces e definições de riscos genético-familiares, como epidemiologicamente a definição de situação de risco também se complexificou. Além dissso, a dimensão de ações que promovem diretamente a saúde, mais que ações de restauração ou prevenção, tornaram a promoção à saúde um conceito a ser melhor delimitado. Esta noção, mal esboçada nos anos 50, embora já presente enquanto intenção, traz novas questões para a assistência, como por exemplo uma melhor definição do conceito de qualidade de vida. O fenômeno saúde tem sido também concebido como expressão do modo de vida (estilo e condições de vida)66, capaz de explicar, juntamente com as condições de trabalho e do meio ambiente, o perfil epidemiológico da população. O estudo da situação de saúde, segundo condições de vida, tem privilegiado as articulações com quatro dimensões da reprodução social: a reprodução biológica onde se manifesta a capacidade imunológica e a herança genética; a reprodução das relações ecológicas, que envolve a interação dos indivíduos e grupos com o ambiente residencial e do trabalho; a reprodução das formas de consciência e comportamento, que expressam a cultura; e a reprodução das relações econômicas, onde se realizam a produção, distribuição e o consumo19,72. A partir desse modelo podem ser identificados diferentes espaços e estratégias de intervenção sanitária: a) indivíduos (espaço singular) - estratégias de alto risco; b) grupos sociais (espaço particular) - estratégias populacionais; c) modelos econômicos (espaço geral) - políticas de saúde19. No que diz respeito às respostas sociais ao fenômeno saúde/doença a vigilância à saúde constitui uma “prática sanitária que organiza os processos de trabalho em saúde, sob a forma de operações, para confrontar problemas de enfrentamento contínuo, num território determinado”47 . O modelo da vigilância em saúde contempla o processo saúde/ doença na coletividade e fundamenta-se na epidemiologia e nas ciências sociais, ao contrário do modelo da história natural das doenças que privilegia o indivíduo e a fisiopatologia45 . Ao considerar esquemáticamente danos, indícios de danos e de exposição, riscos e exposição propriamente dita e, last but not least, as necessidades e determinantes socioambientais, a vigilância em saúde permite orientar intervenções visando ao “controle de danos”, “controle de riscos” e “controle de causas” (determinantes socioambientais)62. Abre, portanto, conforme Souza e Kalichman79, espaço para uma reatualização da reflexão e da ação no que se refere à promoção da saúde e à qualidade de vida: Considerando, para tanto, os problemas já colocados relativamente à distribuição eqüânime no conjunto social das conquistas que beneficiam a vida coletiva, não resta dúvida de que tal indagação inicia-se obrigatoriamente pelo exame do que significará a qualidade de vida no plano coletivo, sem que isto anule as necessidades variadas que se colocam no plano individual (...). Transformando, a partir dessas mudanças, o modelo de organização tecnológica do trabalho em saúde, a prática da vigilância ousará, através dele, a inscrição de um outro ‘modo de andar a vida’ em sociedade. A adoção de novos paradigmas no campo da saúde coletiva no âmbito das práticas enfrenta-se, portanto, com distintos desafios, na medida em que, de acordo com Paim61, as ações de saúde de alcance coletivo expressam uma tensão entre Estado e Sociedade, entre liberdades individuais e responsabilidades coletivas, entre interesses privados 312 Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 Saúde coletiva Paim, J.S. & Almeida Filho, N. e públicos. A extensão e profundidade dessas ações depende da dinâmica de cada sociedade, sobretudo diante das articulações que estabelece concretamente com as instâncias econômicas, políticas e ideológicas. Portanto, a saúde coletiva privilegia nos seus modelos ou pautas de ação quatro objetos de intervenção: políticas (formas de distribuição do poder); práticas (mudanças de comportamentos; cultura; instituições; produção de conhecimentos; prá- ticas institucionais, profissionais e relacionais); técnicas (organização e regulação dos recursos e processos produtivos; corpos/ambientes); e instrumentos (meios de produção da intervenção). Desse modo, mais do que qualquer outro movimento ideoló-gico, absorve a produção de conhecimentos inter/transdisciplinares com grande capacidade de “interfertilização”60, seja para a realização das suas funções essenciais, seja para o exercício das suas funções possíveis e desejáveis. Finalmente, enquanto âmbito de práticas, a saúde coletiva contempla tanto a ação do Estado quanto o compromisso da sociedade para a produção de ambientes e populações saudáveis, através de atividades profissionais gerais e especializadas. Pode-se admitir que a crise da saúde como parte da crise social gera contradições diversas. Os atuais desafios da saúde coletiva não se limitam à formação profissional, à produção de conhecimentos, à renovação conceitual e epistemológica dentro do campo institucional presentemente ainda reconhecido como saúde pública. Tais desafios atravessam toda a organização social, desde a produção, distribuição e consumo de bens e serviços até as formas de organização do Estado e dos seus aparelhos nas suas relações com a sociedade e a cultura61,82. Enfim, a saúde coletiva, entendida como “conjunto de saberes que dá suporte às práticas de distintas categorias e atores sociais face às questões de saúde/doença e da organização da assistência”25, encontra seus limites e possibilidades nas inflexões da distribuição do poder no setor saúde e numa dada formação social. Sublinhar o caráter histórico e estrutural da saúde coletiva significa reconhecer, teórica e empiricamente, um conjunto de práticas (econômicas, políticas, ideológicas, técnicas, e outras) que tomam como objeto as necessidades sociais de saúde. Representa um enfoque de práticas que não se submetem, acriticamente, ao modelo de saúde pública institucionalizado nos países centrais, seja enquanto tipo profissional ou modelo de organização de serviços de saúde. A saúde coletiva preocupa-se com a saúde pública enquanto saúde do público, sejam indivíduos, grupos étnicos, gerações, castas, classes sociais, populações. Nada que se refira à saúde do público, por conseguinte, será estranho à saúde coletiva61. CONCLUSÃO: CAMPO ABERTO A NOVOS PARADIGMAS Pode-se concluir que, apesar de não preencher as condições epistemológicas e pragmáticas para se apresentar, em si mesma, como um novo paradigma científico, a saúde coletiva se consolida como campo científico e âmbito de práticas aberto à incorporação de propostas inovadoras, muito mais do que qualquer outro movimento equivalente na esfera da saúde pública mundial. A partir destas reflexões, constatase a afirmação de um campo interdisciplinar dinâmico, renovado e recomposto a partir de uma produção teórica ousada e consistente, ainda enfrentando diversas interrogações e dilemas. De fato, a conjunção das “crises da saúde” – científica, econômica, social e política - lança complexos desafios para a saúde coletiva quanto ao que fazer para efetivamente se articular aos novos paradigmas da saúde para o século XXI. No âmbito da produção de conhecimento, o passo mais importante será certamente re-configurar o objeto privilegiado ‘saúde’. Isto deverá resultar de uma apreensão pragmática do objeto, não no sensocomum do imediatismo, e sim no sentido de que este deve alimentar uma práxis em vez de constituir-se em mera produção e incorporação de tecnologia. Muito do que em um dado paradigma se pode tomar como um aparente paradoxo deve-se ao fato de que não se lida com um objeto obediente às determinações da predição, aquela das antecipações limitadas e limitantes, rigorosas e precisas. Efetivamente, o objeto da saúde coletiva é muito mais tolerante a formas aproximadas de antecipação do seu processo, ressaltando a natureza não-linear da sua determinação e a imprecisão (ou borrosidade) dos seus limites. Então, será plenamente legítimo buscar a superação da prática preventiva preditiva desta saúde pública que tanto se conhece, tanto no sentido de sua aplicação ao indivíduo quanto em sua aplicação em geral, em direção a uma saúde coletiva previsional ou, pré-visionária, quer dizer, uma saúde coletiva capaz de propor visões, formas, figuras e cenários, em vez de predizer algumas poucas medidas e seus pobres efeitos. Em nível teórico, muitos autores já assinalam a importância estratégica da re-construção do objeto da saúde coletiva. Acrescenta-se que este faz parte de uma nova família de objetos científicos, construído Saúde coletiva Rev. Saúde Pública, 32 (4), 1998 313 Paim, J.S. & Almeida Filho, N. enquanto objeto totalizado e complexo. Para clarificar esta idéia, em outra oportunidade4, propôs-se uma analogia proveniente de um campo científico onde a predição é por definição relativizada, a meteorologia, onde ninguém acredita em predições mas muito se fala em previsões. O que é que define um furacão? Não é a medida da pressão barométrica, não é a velocidade dos ventos, não é a variação de temperatura, não é nada disso (que se pode estimar com um alto grau de precisão) mas é tudo isso, unificado em uma totalidade integral que se reconhece como o furacão, porém que não se reduz às suas medidas. Por analogia, portanto, pode-se dizer que o objeto possível da promoção-saúde-enfermidade-cuidado, tal como um furacão, é um objeto de alta complexidade e que só se define em sua configuração mais ampla, já que tem facetas, ângulos distintos e a mirada de cada um destes ângulos não nos dá acesso à integralidade deste objeto. Pode-se chamá-lo de integrais de saúde-enfermidade-cuidado4. Os integrais de saúde-enfermidade-cuidado podem ser referenciados tanto como tecidos de pontos sensíveis ou metáforas de representação social de enfermidades, quanto como estruturas epidemiológicas, cadeias de causalidade ou relações de produção de risco. Em ambos os casos, trata-se de objeto por definição complexo e contextualizado, típico do neo-sistemismo das novas aberturas paradigmáticas assinaladas. A lógica que deve predominar em tais objetos possíveis é uma lógica múltipla e plural que não se pode expressar de uma maneira codificada, mas que somente se pode reconhecer por seus efeitos. No âmbito dos processos de reprodução (ensino/ formação) da saúde coletiva enquanto campo de conhecimento com facilidade reconhece-se o potencial da fractalidade como princípio organizador do seu âmbito de práticas. Por um lado, em uma perspectiva dialética, a prática da saúde coletiva será “minimalista” e localizada e ao mesmo tempo holística e globalizante. Por outro lado, em uma perspectiva pragmática, a saúde coletiva enquanto âmbito de práticas se constituirá em um permanente processo de autocriação, balizada primordialmente pelos seus efeitos concretos sobre a realidade de saúde. Nesse sentido, os processos de produçãoreprodução deste campo poderão cumprir a seguinte pauta de ação: a) qualificar o conjunto de necessidades sociais em saúde, entendendo-as não apenas como carências mas como “ideais de saúde” ou, alternativamente, como “projetos de vir a ser”; isto significa tomar a saúde como “meta a ser conquistada, como um bem que se adquire através dos conflitos e da luta de classe52;” b) pensar os diferentes meios e as atividades necessárias (o trabalho propriamente dito) para atender tais necessidades, ainda que não se restrinjam ao conhecimento científico e tecnológico da saúde coletiva e da medicina61; c) instaurar novas relações técnicas e sociais orgânicas a tais práticas no campo social da saúde, a exemplo dos processos de distritalização e municipalização, educação e comunicação social, grupos de pressão, organizações não governamentais, produtores culturais, entre outros64; d) investir política e tecnicamente nos espaços institucionais abertos por tais propostas, na medida em que, enquanto as necessidades de saúde são socialmente determinadas, as práticas de saúde coletiva são redefinidas tendo em conta o desenvolvimento dos seus instrumentos de trabalho e a instauração de novas relações internas ao campo da saúde61. Isto implica desenvolver programas de educação permanente ou continuada em saúde coletiva63 nas instituições que prestam serviços de saúde, com vistas a recompor e atualizar constantemente os elementos das práticas de saúde - os objetos, os meios de trabalho, as atividades realizadas nessas práticas, e também para que, a partir dessa experiência democrática, sejam instauradas novas relações técnicas e sociais no processo de trabalho em saúde. Para além da produção de novos objetos de conhecimento e de práticas, trata-se ainda da criação de espaços institucionais e de momentos pedagógicos para a constituição de novos sujeito sociais no interior dos próprios serviços de saúde. Nos níveis político e sociocultural de constituição do campo da saúde coletiva, será conveniente explorar formas de organização dos sujeitos sociais não redutíveis a partidos e sindicatos (embora sem descartá-los), capazes de dar ânimo (vida) aos sonhos e esperanças de criar civilizações (ou socializações) pautadas no afeto, na solidariedade, na liberdade e na justiça. Conciliar este “mundo subjetivo” com o “mundo social” através de uma ação política emancipatória38 pode ser um dos maiores desafios para a práxis da saúde coletiva nos tempos atuais. A participação organizada dos grupos sociais, bem como o reconhecimento e o estímulo às iniciativas comunitárias, radicadas na solidariedade, constituem possibilidades de redefinição de relações sociais que poderão auxiliar na redução do sofrimento humano, na elevação da consciência sanitária e ecológica, na preservação da saúde e na defesa da vida.

Em 01/09/15


  1. Estudos Amazônicos: História de Placas: Espaço geográfico, história, aspectos naturais, origem do município, ...
Link para história de Placas: Blog da PMP
Você poderá ir na barra lateral deste blog e procurar o a História de Placas postada aqui também. 


  1. Geografia: O planeta Terra: Terra e o Universo, formas e movimentos,

O planeta Terra está localizado no sistema solar, sendo o terceiro mais próximo do Sol, dos oito planetas que o compõem. O “planeta azul” como também é conhecido, é coberto, em mais de 70%, por água dos oceanos, sem considerar os rios e mares que ficam na parte seca do planeta. Composta por cinco continentes, a área seca tem 148.647.000 Km2. Já os oceanos têm uma área estimada de 361 milhões de Km2, abrigando diversas formas de vida, animais e plantas aquáticos. É único planeta do qual se tenha notícia de ter seres vivos.
Em nível espacial, tem uma característica bastante importante para que haja vida em seu interior: a existência de atmosfera. É composta por vários gases, sendo o nitrogênio, o oxigênio e o argônio os três principais gases da atmosfera. Ela serve para vários fins, entre eles, proteger a Terra de raios ultravioletas e prover oxigênio para a respiração dos seres vivos. A Terra realiza os movimentos de translação, que é o movimento em torno do Sol, durando 365 dias (um ano) e o movimento de rotação, em torno de seu próprio eixo, que dura cerca de um dia ( 24 horas).
A Terra tem várias camadas para dentro. A crosta é a camada mais externa e onde vivemos. Ela, junto a uma camada acima do Manto, é chamado de Litosfera, que é totalmente sólida. Abaixo existe o Manto, uma camada composta de silício, ferro e magnésio. O mais interno é o núcleo, que tem uma parte líquida e outra sólida, mesmo estando à altíssimas temperaturas.
Na região da Litosfera é que estão localizadas as placas tectônicas. Essas placas são pedaços de Litosfera que ocupam toda Terra. Ela possui sete grandes placas tectônicas e muitas outras menores. Elas ficam umas “encaixadas” nas outras e essa área que está entre uma placa e outra são os pontos de ocorrência de terremotos e de vulcões. Isso porque quando uma placa “fricciona” a outra, os resultados podem ser vulcões ativos, terremotos, tsunami e outros fenômenos da natureza.
Sua forma não é perfeitamente arredondada, mas sim um pouco achatada e inclinada, cerca de 23 graus. Essa inclinação aliás, influencia, junto à translação, para determinar as estações do ano (inverno, verão, outono e primavera). Tem uma massa de, aproximadamente, 5,973.1024 e volume em torno de 1,083. 1012. É o maior dos planetas sólidos, já que os outros planetas maiores que a Terra, no sistema solar, são gasosos. Tem em si várias linhas imaginárias, como os trópicos de Capricórnio, de Câncer, a linha do Equador (linha que corta a terra ao meio dividindo-a em norte e sul) e o meridiano de Greenwich (também cora a Terra ao meio, mas desta vez na vertical, dividindo em lados leste e oeste). Não são somente essas linhas, existem vários trópicos e meridianos, ajudando, por exemplo, a definir o fuso-horário nas diferentes cidades do mundo.
Mas para que se chegasse ao planeta em que vivemos e para que ele adquirisse sua forma atual, foram anos de formação. Segundo os evolucionistas, foram mais 4,6 bilhões de anos. Para os criacionistas foram de 6 a 10 mil anos. As divergências entre essas duas correntes não param por aí: a forma como a Terra se formou, de como a vida surgiu e sobre como a vida possa, possivelmente acabar, também assuntos que as duas linhas de raciocínio não acharam ponto comum.

Em 01/09/15


  1. História: O mundo grego: Cidades gregas, período Helenístico, sociedade grega,
A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-europeia, como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e dórios. As pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas.
Helenismo é um termo que designa tradicionalmente o período histórico e cultural durante o qual a civilização grega se difundiu no mundo mediterrânico, euro-asiático e no Oriente, fundindo-se com a cultura local.
Da união da cultura grega com as culturas da Ásia Menor, Eurásia, Ásia central, Síria, África do Norte, Fenícia, Mesopotâmia, Índia e Irã, nasceu a civilização helenística, que obteve grande destaque em nível artístico, filosófico, religioso, econômico e científico.
O helenismo se difundiu do Atlântico até o rio Indo.
Do ponto de vista cronológico, o helenismo se desenvolveu do início do reinado de Alexandre, o Grande, da Macedônia (336 a.C) até 30 a.C (anexação do reino do Egito por Roma).

Aconteceu na História da Grécia:

- Em 776 a.C tem início os Primeiros Jogos Olímpicos da história, realizados na cidade grega de Olímpia.

- Em 594 a.C., o legislador grego Sólon dá início a uma ampla reforma política, econômica e social em Atenas.

- Em 490 a.C, os gregos vencem os persas na batalha de Maratona, no contexto das Guerra Médicas.

- Em 478 a.C, Atenas implementa a Liga de Delos (aliança militar grega) para combater os persas durante as Guerras Médicas.

Características, organização e informações sobre as pólis da Grécia Antiga 

A pólis grega eram as cidades-estado da Grécia Antiga. Estas cidades possuíam um alto nível de independência, ou seja, tinham liberdade e autonomia política e econômica.
Nas pólis não existia separação entre as áreas rural e urbana, nem existiam relações de dependência. Muitos habitantes das pólis, principalmente da nobreza,  habitavam em casas de campo.
O centro político-administravivo das pólis era  a Acrópolis (geralmente a região mais alta da cidade-estado). Na Acrópolis se encontravam o templo principal da pólis, os edifícios públicos, a Ágora (espaço em que ocorriam debates e decisões políticas) e a Gerúsia.
Ao redor da pólis havia uma espécie de cinturão rural, onde eram produzidos grande parte dos alimentos necessários para a manutenção da pólis. Esta organização reforçava ainda mais a autonomia das pólis.
As áreas ocupada pelas pólis não eram de grande extensão. Em média tinham de 200 a 500 km². Atenas, uma das pólis mais populosas e prósperas da época, era uma excessão com cerca de 2.500 km².


  1. Língua Inglesa: Foods and Drinks: Possibilitar a assimilação da língua, ...

LEGUMES(VEGETABLES)

artichoke-alcachofra.
rocket-rúcula.
lettuce-alface.
chayote-chuchu.
pepper-pimentão.
onion-cebola.
tomato-tomate.
pea-ervilha.
pumpkin-abóbora.
beet-beterraba.
carrot-cenoura.
potato-batata.
watercress-agrião.
cauliflower-couver-flor.
eggplant-berinjela.
eggplant-acelga.
cassava-aipim.
okra-quiabo.
garlic-alho.
turnip-nabo.
eggplant-jiló.

BEBIDA(DRINK)


refrigerant-refrigerante
water-água
juice-suco
beer-cerveja
wine-vinho
coffee-café
tea-chá

ALIMENTOS(FOOD)

 

pasta-macarrão
rice-arroz
beans-feijão
egg-ovo
lasagna-lasanha
soup-sopa
chicken-galinha
meat-carne
fish-peixe
cheese-queijo
corn-milho
spaghetti-espaguete
barbecue-churraco
bread-pão
cake-bolo
liver-liver

FRUTAS(FRUIT)


pineapple-abacaxi.
mango-manga.
strawberry-morango.
banana-banana.
orange-laranja.
fig-figo.
umbu-umbu.
pear-pêra.
pomegranate-romã.
currant-groselha.
kiwi-kiwi.
raspberry-frambuesa.
raspberry-damasco.
coconut-coco.
cashew-caju.
cherry-cereja.
watermelon-melancia.
melon-melão.
guava-goiaba.
apple-maça.
grape-uva.
acerola-acerola.
tamarind-tamarindo.
plum-ameixa.
Apricot-alperce.
avocado-abacate.

Em: 01/09/15


  1. Língua Portuguesa: Poema, ...
O que é Poema:

Poema é uma obra literária que pertence ao gênero da poesia, e cuja apresentação pode surgir em forma de versos, estrofes ou prosa, com a finalidade de manifestar sentimento e emoção.
Um poema possui extensão variável e ao longo do texto expõe temas variados em que há enredo e ação, escritos através de uma linguagem que emociona e sensibiliza o leitor.
O texto poético tem uma forte relação com a música, a arte e a beleza. A poesia presente no texto é a componente que distingue o poema. Existem vários poemas que foram convertidos em canções, porque foi acrescentada música.
Geralmente se apresenta em forma de versos e estrofes com rima e ritmo. A prosa poética tem o caráter de poesia devido ao efeito emocional provocado pela linguagem.
A palavra "poema" deriva do verbo grego "poein" que significa "fazer, criar, compor". A literatura grega teve grande importância nas composições literárias de várias épocas e culturas.
Na Grécia Antiga, todas as produções literárias - os gêneros épico, lírico e dramático - eram consideradas poemas. Os poemas de Homero presente nas obras Ilíada e Odisseia são considerados os primeiros grandes textos épicos ocidentais.
O poema lírico, que era assim designado por ser cantado ao som da lira (instrumento musical), originou o gênero de arte que hoje se entende como lírico.
Os poemas dramáticos eram escritos em forma de verso para serem encenados.
No Brasil, alguns dos poetas ou poetisas mais famosos são Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, etc. Também com poemas em português, Fernando Pessoa é um dos poetas mais reconhecidos em todo o mundo.

Exemplo de um poema:

SONETO LXXXVIII

Quando me tratas mau e, desprezado, 
Sinto que o meu valor vês com desdém, 
Lutando contra mim, fico a teu lado 
E, inda perjuro, provo que és um bem. 
Conhecendo melhor meus próprios erros, 
A te apoiar te ponho a par da história 
De ocultas faltas, onde estou enfermo; 
Então, ao me perder, tens toda a glória. 
Mas lucro também tiro desse ofício: 
Curvando sobre ti amor tamanho, 
Mal que me faço me traz benefício, 
Pois o que ganhas duas vezes ganho. 
Assim é o meu amor e a ti o reporto: 
Por ti todas as culpas eu suporto.

Em: 01/09/15


  1. Matemática: Quatro operações: Problemas com tema locais

  1. Religião: Cristianismo: História, Escrituras, ...
Com cerca de 2,1 bilhões de adeptos atualmente, o Cristianismo é a maior religião do mundo, sendo predominante na Europa, América e Oceania. A religião se iniciou através dos ensinamentos de Jesus de Nazaré, considerado o salvador da humanidade. O cristianismo é uma religião abraâmica, da mesma forma que o Islamismo e o Judaísmo.
Os seguidores de Jesus são chamados de “cristãos”; tal denominação foi utilizada pela primeira vez em Antioquia, uma colônia militar grega. O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento. A primeira parte conta a história da criação do mundo, das leis, tradições judaicas, etc. Já o Novo Testamento conta a vida de Jesus, como os cristãos primitivos viviam, etc.
Jesus Cristo nasceu em Belém, Judeia (Palestina), por volta do ano 6 a.C. Seus ensinamentos morais, como o amor a Deus e ao próximo, fizeram com que sua vida passasse a ser um exemplo a ser seguido. Aos 33 anos, Jesus morreu crucificado injustamente e ressuscitou após o terceiro dia.
Existem três ramos do Cristianismo: Protestantismo, Catolicismo e Igreja Ortodoxa. Em razão disso, existem, também, diferentes concepções e aspectos em cada um deles. Contudo, de forma universal, podemos afirmar que os adeptos ao Cristianismo creem na existência de um Deus, criador do universo; de Jesus Cristo, elemento central da religião, considerado o redentor da humanidade; e da vida após a morte.
O Cristianismo se difundiu grandemente pela Ásia, Europa e África. A religião cresceu tanto que, no ano de 313, o imperador Constantino concedeu aos cristãos liberdade de culto; e em 392, foi considerada a religião oficial do Império Romano.

Em:01/09/15



ENSINO MÉDIO:

  1. Biologia: Componentes estruturais do núcleo; 

O núcleo celular 

O pesquisador escocês Robert Brown (1773- 1858) é considerado o descobridor do núcleo celular. Embora muitos citologistas anteriores a ele já tivessem observados núcleos, não haviam compreendido a enorme importância dessas estruturas para a vida das células. O grande mérito de Brown foi justamente reconhecer o núcleo como componente fundamental das células. O nome que ele escolheu expressa essa convicção: a palavra “núcleo” vem do grego nux, que significa semente. Brown imaginou que o núcleo fosse a semente dHoje, sabemos que o núcleo é o centro de controle das atividades celulares e o “arquivo” das informações hereditárias, que a célula transmite às suas filhas ao se reproduzir.

Células eucariontes e procariontes

A membrana celular presente nas células eucariontes, mas ausente nas procariontes. Na célula eucarionte, o material hereditário está separado do citoplasma por uma membrana – a carioteca – enquanto na célula procarionte o material hereditário se encontra mergulhado diretamente no líquido citoplasmático.

Os componentes do núcleo

O núcleo das célula que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido à presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico.
A maior parte do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma).

A carioteca

A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas membranas lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares. Entre essas duas membranas existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear.
A face externa da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma continuação do espaço interno do retículo endoplasmático.

Em: 01/09/15


  1. Educação Física:
Obs: Mesmo conteúdo para Ensino Fundamental e Médio


  1. Filosofia: Trabalho como mercadoria
 O trabalho, como transformador de uma realidade, sempre fez parte da natureza do Homo sapiens sapiens. Dessa forma, abordár0lo como mercadoria vai nos remeter a uma viagem pela história da humanidade, pois o trabalho está presente nas sociedades mais antigas, ou seja, está presente nas relações sociais mesmo antes do advento do capitalismo.
Vamos reiniciar o trajeto percorrido pela evolução do trabalho a partir de algumas considerações acerca das sociedades escravocratas. 

A EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO

Em sociedades escravistas, o trabalho e aqueles que o executavam eram tidos como propriedades de um senhor, cuja situação incluía o comando tanto da força de trabalho de seus escravos quanto dos direitos de ir e vir e de viver dos mesmos. 
Uma situação muito semelhante acorria nos sistemas feudais de organização social, em que o trabalho era trocado por segurança e moradia. Nesse caso, o senhor feudal exercia um papel detentor dos direitos dos camponeses que trabalhavam em sua propriedade. Contudo, relação entre senhores feudais e camponeses abrigados nos feudos era consideravelmente diferente da relação senhor/escravo: o camponês não ficava enclausurado, não era comprado e nem vendido como uma mercadoria.
Somente com o declínio do sistema feudal e a formação dos burgos (local onde se deu o inicio das atividades de escambo [troca] no período da decadência do feudalismo) é que a categoria trabalho começou a ganhar as dimensões que conhecemos no dia de hoje.
Com o fim do sistema feudal e a formação dos estados nacionais absolutistas (o monarca é soberano absoluto e inquestionável), o trabalhador passou a ser visto de uma maneira diferente. Vale lembrar que somente era considerado trabalho as ações de profissionais liberais (ele próprio estabelece sua rotina de trabalho) e militares, além, é lógico, das ações políticas que estavam intimamente ligadas à manutenção do latifúndio (porção de terra considera grande para padrões do país/região) e da monarquia (o líder é escolhido por sucessão hereditária).
A instauração de uma forma de governo centralizada favoreceu o surgimento de uma classe social que, sem dúvida, iria tornar-se mais importante da história: a burguesia (proprietários dos meios de produção). A partir do momento em que a estrutura burguesa substituiu a feudal, o caráter mercadológico do trabalho ganhou força e dimensão, formando uma dupla implacável nas relações trabalhistas: mão-de-obra e empregador, não proprietários e proprietários, dominados e dominantes, oprimidos e opressores.
Fazer parte da classe trabalhadora (mão-de-obra), naquele momento desenvolveu a humanidade, significava ser à base da construção social, pois sem o trabalhador não existiriam mercadorias. No entanto, essa classe não era autônoma, e sim explorada pela burguesia na venda de sua força de trabalho.
A gênese (origem) do sistema capitalista está pautada na elaboração de bens de produção (mercadorias utilizadas para produzir mais mercadorias) e bens de consumo (mercadorias destinadas ao consumo direto). Tal conjuntura (combinação ou concorrência de acontecimentos em um dado momento) denominamos base material das relações humanas. Dessa forma, as relações entre os seres humanos foram sendo estruturadas de acordo com os moldes capitalistas.

RESUMO

Então o que é o trabalho? O trabalho é uma atividade exclusivamente humana, pois só o homem transforma a realidade de maneira sistemática e reflexiva, trabalhar é modificar a realidade usando suas potencialidades humanas. Podemos dizer que a sociedade em que vivemos é a “sociedade do trabalho”.
Muito se fala de uma mudança na estrutura do trabalho, dando a ele um caráter mercadológico, e a classe que foi responsável por essa mudança foi á burguesa. E o pano de fundo que facilitou essa mercadologização do trabalho foi o Capitalismo. Caso se a classe trabalhadora em um processo revolucionário abandonasse suas funções produtivas, o sistema entra em colapso, mas sendo ela a base da sociedade por que a classe trabalhadora não é autônoma?  Por que eles vendem sua força de trabalho em troca de seu sustento. Os trabalhadores são explorados por não possuírem outra escolha e necessitarem dos ganhos para sustentar a família. 
A produção de bens de produção e consumo configura-se em um processo imprescindível para a formação d sociedade atual, e a denominação a essa estrutura é Base Material das Relações Humanas

Fonte: www.coladaweb.com › Administração

Em:01/09/15


  1. Física: Trajetória: Velocidade Média

Velocidade Média
Ao observar os automóveis que passam por uma mesma rua, é possível perceber que eles não realizam o mesmo percurso num mesmo intervalo de tempo. O conceito de velocidade, que é muito anterior à invenção do automóvel, surgiu da necessidade de expressar a rapidez com que um móvel descreve uma trajetória.
Considere, por exemplo, um automóvel  saindo do km 30. Quando ele está no marco quilométrico 30 km de uma estrada, um cronometro é acionado e marca, nesse instante, tempo zero. Quando o cronômetro indica que se passaram 2h, o automóvel está no marco quilométrico 190 km.

Desde a situação inicial até a situação final, o móvel percorreu 160 km em 2h. Dividindo 160 km por 2h chegamos a:
Dizemos, então, que a velocidade média do móvel, nesse intervalo de tempo, foi de 80 km/h (lê-se “oitenta quilômetros por hora”)

Em: 01/09/15

  1. Geografia: Agentes Formadores e Modeladores do relevo

O relevo terrestre pode ser definido como as formas da superfície do planeta. O relevo origina-se e transforma-se sob a interferência de dois tipos de agentes: os agentes internos e externos.
endógenos: Atuam de dentro para fora (deformando), vulcanismo e tectonismo;
exógenos: Atuam na superfície (modelando), intemperismo e a antropicidade (o fator humano).

OS AGENTES MODELADORES OU MODIFICADORES DO RELEVO

Principais: planaltosplanícies e depressões.
O relevo terrestre é o resultado da ação das forças endógenas (agentes internos) e exógenas (agentes externos) que agiram e agem no decorrer dos anos e das eras geológicas. Essas forças são chamadas agentes do relevo. Quando essas forças ou agentes agem de dentro para fora da Terra, são denominados agentes formadores internos (endógenos), como o tectonismo, o vulcanismo e os abalos sísmicos. Quando ocorrem da atmosfera para a litosfera, isto é, na superfície, temos os agentes modeladores externos (exógenos) do relevo, como: as chuvas (ação pluviométrica), o gelo (ação glacial), mares (ação marítima), rios (ação fluviométrica ou hidrométrica), animais e vegetais (ação biológica, o intemperismo), e o próprio homem (ação antrópica) que altera (construindo e/ou reconstruindo e/ou destruindo) a superfície do planeta.

INTEMPERISMO

Meteorização ou intemperismo é um conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que atuam sobre as rochas provocando sua desintegração ou decomposição.
A rocha decomposta transforma-se num material chamado manto ou regolito, um resíduo que repousa sobre a rocha matriz, sem ter ainda se transformado em solo.
As rochas podem partir-se sem que se altere sua composição: é a desintegração física ou mecânica. Nos desertos, as variações de temperatura entre os dias e as noites chegam ao ponto de partir as rochas.
Nas zonas frias, a água que se infiltra na rachadura das rochas pode congelar, se dilatar e partir a rocha, num processo denominado gelivação. O intemperismo químico acontece quando a água, ou as substâncias nela dissolvidas, reage com os componentes das rochas. Nesse processo, as rochas modificam sua estrutura química, sendo mais facilmente erodidas, com o material sendo levado pelos agentes de transporte (vento, chuva, rios).
O oxigênio que existe na água oxida os minerais que contêm ferro e forma sobre as rochas o que costumamos chamar de ferrugem. A ação da água sobre o granito, por exemplo, o converte em quartzo e argilas.
Ação das águas das chuvas. Quando as chuvas caem sobre a Terra, suas águas podem seguir três caminhos: evaporar-se, indo para a atmosfera; infiltrar-se no solo para dentro do lençol freático; e escorrer pela superfície da Terra, sob a forma de enxurradas e torrentes. São um dos mais eficazes agentes de erosão, muitas vezes causando deslizamentos.[1]

AGENTES INTERNOS

Tectonismo

Os movimentos tectônicos resultam de pressões, vindas do interior da Terra e que agem na crosta terrestre. Quando as pressões são verticais, os blocos continentais sofrem levantamentos e baixamentos. Os movimentos resultantes de pressão vertical são chamados epirogenéticos. Quando as pressões são horizontais, são formados dobramentos ou enrugamentos que dão origem às montanhas. Esses movimentos ocasionados por pressão horizontal são chamados orogenéticos.
O diastrofismo (distorção) caracteriza-se por movimentos lentos e prolongados que acontecem no interior da crosta terrestre, produzindo deformações nas rochas. Esse movimento pode ocorrer na forma vertical (epirogênese) ou na horizontal (orogênese).
A epirogênese ou falhamento consiste em movimentos verticais que provocam pressão sobre as camadas rochosas resistentes e de pouca plasticidade, causando rebaixamentos ou soerguimentos da crosta continental. São movimentos lentos que não podem ser observados de forma direta, pois requerem milhares de anos para que ocorram.
A orogênese ou dobramento caracteriza-se por movimentos horizontais de grande intensidade que correspondem aos deslocamentos da crosta terrestre. Quando tais pressões são exercidas em rochas maleáveis, surgem os dobramentos, que dão origem às cordilheiras. Os Alpes e o Himalaia, dentre outras, originam-se dos movimentos orogênicos. A orogênese também é responsável pelos terremotos e maremotos.

Vulcanismo

Chama-se vulcanismo as diversas formas pelas quais o magma do interior da Terra chega até a superfície. Os materiais expelidos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos (lavas, material piroclástico e fumarolas). Esses materiais acumulam-se num depósito sob o vulcão até que a pressão gerada faça com que ocorra a erupção. As lavas escorrem pelo edifício vulcânico, alterando e criando novas formas na paisagem. O relevo vulcânico caracteriza-se pela rapidez com que se forma e com que pode ser destruído.
Localização dos vulcões: A maioria dos vulcões da Terra está concentrada em duas áreas principais: Círculo de Fogo do Pacífico: desde a Cordilheira dos Andes até asFilipinas, onde se concentram 80% dos vulcões da superfície.
Outras localizações: América CentralAntilhasAçoresCabo VerdeMediterrâneo e Cáucaso.

Abalos sísmicos ou terremotos

Um terremoto ou sismo se origina devido aos movimentos convectivos que ocorrem na astenosfera. Esses movimentos forçam as placas tectônicas da litosfera (camada rochosa) movendo-as, como resultado as placas podem se chocar (formando bordas convergentes), se separar (formando bordas divergentes) ou deslizar (formando bordas transformantes). O terremoto é resultado do alívio da pressão que existe entre essas placas gerando, desta maneira, uma vibração. Essa vibração propaga-se através das rochas pelas ondas sísmicas. O ponto do interior da Terra onde é gerado o sismo é designado por hipocentro ou foco enquanto que o epicentro é o ponto da superfície terrestre. Os sismógrafos são os aparelhos que detectam e medem as ondas sísmicas. A intensidade dos terremotos é dada pela Escala Mercalli Modificada, que mede os danos causados pelo sismo.[2]

AGENTES EXTERNOS

Os agentes externos modificam o relevo, estes são: as águas do mar, dos rios e das chuvas, o gelo, o vento e o homem, causando a erosão marinha, erosão fluvial, erosão pluvial, erosão glacial, erosão eólica e erosão antrópica.Eles agridem a superfície terrestre fazendo dela formatos e tamanhos diferentes.

As geleiras

Em algumas zonas de clima muito frio, a neve não derrete durante o verão. O peso das camadas de neve acumuladas durante invernos seguidos acaba por transformá-la em gelo. Quando essa enorme massa de gelo se desloca, corre como um poderoso rio de gelo. As geleiras realizam um trabalho de erosão nas rochas que as cercam, formando vales em forma de U. Os sedimentos transportados pelas geleiras são chamados morenas ou morainas.

Rios, os grandes construtores
A união de várias correntes acaba formando os rios, que são correntes de água com leito definido e vazão regular. A vazão pode sofrer mudanças ao longo do ano. Essas mudanças devem-se tanto a estiagens prolongadas quanto a cheias excepcionais, às vezes com efeitos catastróficos sobre as populações e os campos.
Quanto maior for o poder erosivo de um rio, maior será sua vazão e a inclinação do seu leito, que pode sofrer variações ao longo do percurso.
Em seu curso, os rios realizam três trabalhos essenciais para a construção e modificação do relevo:
Erosão, ou seja, escavação dos leitos. Quanto maior for o poder erosivo de um rio, maior será sua vazão e a inclinação do seu leito;
Transporte dos sedimentos, os chamados aluviões;
Sedimentação, quando há a formação de planícies e deltas.
Podemos dividir o caminho que o rio percorre da nascente até a foz em três porções que podem ser comparadas com as três fases da vida humana: alto curso, equipara-se à juventude; o curso médio equivale à maturidade; e o baixo curso, à velhice.
Alto Curso: O curso superior do rio é sua parte mais inclinada, onde o poder erosivo e de transporte de sedimentos é muito intenso. A força das águas escava vales em forma de V. Se as rochas do terreno são muito resistentes, o rio circula por elas, formando gargantas ou desfiladeiros.
Curso médio: No curso médio do rio, a inclinação se suaviza e as águas ficam mais tranquilas. Sua capacidade de transporte diminui e começa a depositar os sedimentos que não pode mais transportar.
Na época das cheias, o rio transborda, depositando nas margens grande quantidade de aluviões. Nessas regiões formam-se grandes planícies sedimentares, onde o rio descreve amplas curvas, chamadas meandros. A sedimentação é um processo muito importante para a humanidade. Culturas antigas, como as do EgitoMesopotâmia e Índia, são relacionadas à fertilidade dos sedimentos depositados por rios.
Baixo Curso: O curso inferior do rio corresponde às zonas próximas de sua foz. A inclinação do terreno torna-se quase nula e há muito pouca erosão e quase nenhum transporte. O vale alarga-se e o rio corre sobre os sedimentos depositados.
A foz pode estar livre de sedimentação ou podem surgir aí acumulações de aluviões que dificultam a saída da água. No primeiro caso, recebe o nome de estuário e no segundo, formam-se os deltas.[3]

Abrasão marinha

A ação das águas do mar

O que é? O mar exerce um duplo trabalho nos litorais dos continentes. É um agente erosivo, que desgasta as costas em um trabalho incessante de destruição chamadoabrasão marinha. As águas dos mares e oceanos desgastam e destroem as rochas da costa mediante três movimentos: as ondas, as marés e as correntes marítimas. Ao mesmo tempo, o vaivém de suas águas traz sedimentos que são depositados nos litorais, realizando um trabalho de acumulação marinha.
A ação contínua das ondas do mar ataca a base, os paredões rochosos do litoral, causando o desmoronamento de blocos de rochas e o conseqüente afastamento do paredão.
Esse processo dá origem a costas altas denominadas falésias. Algumas falésias são cristalinas, como as de Torres, no Rio Grande do Sul. No Nordeste do Brasil, encontramos falésias formadas por rochas sedimentares denominadas barreiras.

Ação das ondas
Quando a costa é formada por rochas de diferentes durezas, formam-se reentrâncias (baías ou enseadas) e saliências no lado escarpado, de acordo com a resistência dessas rochas à erosão marinha. A ação da água do mar pode transformar uma saliência rochosa do continente em uma ilhota costeira.
Se um banco de areia se depositar entre a costa e uma ilha costeira, esta pode unir-se ao continente, formando então um tômbolo. Caso um banco de areia se deposite de modo paralelo à linha da costa, fechando uma praia ou enseada, poderá formar uma restinga e uma lagoa litorânea.
As praias são depósitos de areia ou cascalho que se originam nas áreas abrigadas da costa, onde as correntes litorâneas exercem menos força. Quando o depósito de areia se acomoda paralelamente à costa, formam-se as barras ou bancos de areia.

Ação dos ventos

O vento é o agente com menor poder erosivo, pois só pode mover partículas pequenas e próximas do solo. Estas pequenas partículas são chamadas de sedimentos. Ainda assim, ele transporta partículas finas a centenas de quilômetros de seu lugar de origem. A ação erosiva do vento, que atinge o ponto máximo nas zonas desérticas, secas e de vegetação escassa, também contribui para a destruição do relevo da Terra. O vento desprende as partículas soltas das rochas e vai polindo-as até transformá-las em grãos de areia.
erosão eólica tem dois mecanismos diferentes:
A deflação, que é a ação direta do vento sobre as rochas, retirando delas as partículas soltas;
corrosão, que é o ataque do vento carregado de partículas em suspensão, desgastando não só as rochas como as próprias partículas.
O trabalho de movimentação da indumentrologia nuclear pode ser transferida involuntariamente pela areia até depositá-la nas praias e nos desertos, onde pode formar grandes acumulações móveis conhecidas como dunas. São enormes montes de areia acumulada pelo vento e que mudam freqüentemente de lugar.
As dunas são elevações móveis de areia, em forma de montes. Em uma duna podem ser distinguidas duas partes: uma área de aclive suave ou barlavento, pela qual a areia é empurrada, e uma área de declive abrupto ou sotavento, por onde a areia rola ao cair.
As dunas deslocam-se a velocidades que podem ultrapassar 15 metros por ano. Quando o avanço das dunas ameaça as populações humanas ou a plantação, colocam-se obstáculos, tais como estacas, muros ou arbustos, para detê-las.
Os ventos atuam, em especial, no litoral e no deserto, agindo constantemente na formação e transformação do relevo, essa é denominada de erosão eólica, um exemplo comum são as dunas formadas parcialmente de sedimentos.

Fonte: www.brasilescola.com › Geografia › Geografia Física
Em: 01/09/15

  1. História: Os Fenícios;

Economia

A principal atividade econômica dos fenícios era o comércio. Em razão dos negócios comerciais, os fenícios desenvolveram técnicas de navegação marítima, tornando-se os maiores navegadores de Antiguidade. Desse modo, comerciavam com grande número de povos e em vários lugares do Mediterrâneo, guardando em segredo as rotas marítimas que descobriam. Considerável parte dos produtos comercializados pelos fenícios provinha de suas oficinas artesanais, que dedicavam à metalurgia (armas de bronze e de ferro, jóias de ouro e de prata, estátuas religiosas). à fabricação de vidros coloridos e à produção de tintura de tecidos (merecem destaque os tecidos de púrpura). Por sua vez, importavam de várias regiões produtos como metais, essências aromáticas, pedras preciosas, cavalos e cereais. Tiro era a principal cidade que se dedicava ao comércio de escravos, adquirindo prisioneiros de guerra e vendendo-os aos soberanos do Oriente próximo. Expandindo suas atividades comerciais, os fenícios fundaram diversas colônias que, a princípio, serviam de bases mercantis. Encontramos colônias fenícias em lugares como Chipre, Sicília, Sardenha e sul da Espanha. No norte da África, os fenícios fundaram a importante colônia de Cartago.

O alfabeto, uma criação fenícia

O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras, apenas consoantes, e era, portanto, muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica. O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego. Este deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto atualmente utilizado no Brasil.
http://www.sohistoria.com.br/ef2/fenicios/index_clip_image008_0000.jpg

Os fenícios e a religião

A religião dos fenícios era politeísta e antropomórfica. Os fenícios conservaram os antigos deuses tradicionais dos povos semitas: as divindades terrestres e celestes, comuns a todos os povos da Ásia antiga. Assinale-se, como fato estranho, que não deram maior importância às divindades do mar.
Cada cidade tinha seu deus, Baal (senhor), associado muitas vezes a uma entidade feminina - Baalit. O Baal de Sidon era Eshmun (deus da saúde). Biblos adorava Adônis (deus da vegetação), cujo culto se associava ao de Ashtart (a caldéia Ihstar; a grega Astartéia), deusa dos bens terrestres, do amor e da primavera, da fecundidade e da alegria. Em Tiro rendia-se culto a Melcart e Tanit.
Para aplacar a ira dos deuses sacrificavam-se animais. E, às vezes, realizavam-se terríveis sacrifícios humanos. Queimavam-se, inclusive, os próprios filhos. Em algumas ocasiões, 200 recém-nascidos foram lançados, ao mesmo tempo, ao fogo - enquanto as mães assistiam, impassíveis, ao sacrifício.

Em: 01/09/15

  1. Língua Inglesa: Cardinal Numbers e Colors;

Números Cardinais
1 – one
2 – two
3 – three
4 – four
5 – five
6 – six
7 – seven
8 – eight
9 – nine
10 – ten
11 – eleven
12 – twelve
13 – thirteen
14 – fourteen
15 – fifteen
16 – sixteen
17 – seventeen
18 – eighteen
19 – nineteen
20 – twenty
21 – twenty-one
22 – twenty-two
23 – twenty-three
24 – twenty-four
25 – twenty-five
26 – twenty-six
27 – twenty-seven
28 – twenty-eight
29 – twenty-nine
30 – thirty
40 – forty
50 – fifty
60 – sixty
70 – seventy
80 – eighty
90 – ninety
100 – one hundred
101 – one hundred one
102 – one hundred two
1,000 – one thousand
1,000,000 – one million
1,000,000,000 – one billion


CORES EM INGLÊS

Branco - White
Preto - 
Black
Vermelho - 
Red
Azul - 
Blue
Amarelo - 
Yellow
Verde - 
Green
Laranja - 
Orange
Roxo - 
Purple
Rosa - 
Pink
Cinza - 
Gray
Prata - 
Silver
Marrom - 
Brown
Ouro / Dourado - 
Gold 
Verde Limão - 
Lime
Violeta - 
Violet
Vinho – 
Magenta

Em: 01/09/15



  1. Língua Portuguesa: Quinhentismo brasileiro;

Antes do descobrimento do Brasil, a expansão marítima dos povos espanhóis e portugueses exploravam os mares em busca de novos territórios. Com a chegada das embarcações de Portugal ao Brasil, é iniciada uma fase de produção escrita no país. Naquela época, encontrava-se o seguinte panorama: os nativos que habitavam o território eram analfabetos, os portugueses que viviam nas terras brasileiras eram deportados ou aventureiros e os jesuítas tinha como ocupação a catequese dos fiéis.
A produção das obras escritas naquele período apresenta um caráter informativo, documentos que descreviam as características do Brasil e eram enviados para a Europa, onde não se sabia absolutamente nada sobre os costumes dos nativos e os recursos naturais das terras brasileiras. Entre as publicações daquela época, encontram-se cânticos religiosos, poemas dos jesuítas, textos descritivos, cartas, relatos de viagem e mapas. Consta que o primeiro texto escrito no território do Brasil foi a Carta de Pero Vaz de Caminha, em que registra suas impressões sobre a terra recém-descoberta.
Entretanto, apesar da grande variedade de documentos de época que comprovam a existência de produção escrita naquele período, segundo alguns estudiosos da língua portuguesa, este material é considerado paraliterário, termo que designa formas não convencionais de literatura como autoajuda, literatura de cordel, entre outros.
Entre os principais documentos do Quinhentismo estão: “História do Brasil”, escrita pelo frei Vicente de Salvador, “Diálogo sobre a Conversão dos Gentios”, do padre Manoel da Nóbrega, “Tratados da Terra e da Gente do Brasil”, de Fernão Cardin, “Tratado Descritivo do Brasil”, de Gabriel Soares de Sousa, “Diário de Navegação”, de Pero Lopes de Sousa e a famosa “Carta de Pero Vaz de Caminha”.
No trecho abaixo, texto retirado da Carta de Pero Vaz, é possível entender um pouco sobre os primeiros contatos entre os portugueses e os índios:
“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.”

Veja os principais documentos que compõem a nossa literatura informativa:

1. Carta do descobrimento (Pero Vaz de Caminha): foi escrita no ano de 1500 e publicada pela primeira vez em 1817.
2. Tratado da terra do Brasil (Pero de Magalhães Gândavo): foi escrito por volta de 1570 e impresso pela primeira vez em 1826.
3. História da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil (Pero de Magalhães Gândavo): foi editado em 1576.
4. Diálogo sobre a conversão dos gentios (Padre Manuel da Nóbrega): foi escrito em 1557 e impresso em 1880.
5. Tratado descritivo do Brasil (Gabriel Soares de Sousa): escrito em 1587 e impresso por volta de 1839.
Em: 02/09/15

  1. Matemática: Quatro operações: Problemas com temas locais;

  1. Sociologia: Cultura e Ideologia;

Cultura e Ideologia são dois aspectos que em sociologia acabam por se relacionar principalmente no sentido de dominação nas sociedades capitalistas. Isso é feito por meio dos aparelhos de hegemonia que se articulam no interior de organizações que podem ser estatais ou não e usam ferramentas como livros, manuais, jornais, escolas, música, arte, teatro, etc. Essa relação é sempre pedagógica e envolve uma prática de convencimento e aprendizagem por parte dos dominados.

IDEOLOGIA É o conjunto mais ou menos sistemático e coerente de crenças políticas de determinada parcela da sociedade. É através dela que se dá sentido ao mundo, que se procura explicar as condições atuais da sociedade e orientar o esforço, por transforma-las. O termo tornou-se corrente com Marx, que o empregou para designar as visões de mundo, crenças próprias de diferentes classes sociais, principalmente da capitalista ou burguesia. A ideologia burguesa seria uma falsa consciência, uma representação distorcida da realidade, e se opõe á perspectiva científica, associada a consciência verdadeira, própria da classe trabalhadora. O termo as vezes é confundido com idéias políticas construídas de forma sistemáticas ou rígidas e extremistas, em oposição a regimes mais moderados e flexíveis. Nesse sentido, alguns sociólogos das décadas de 1950 e 1960 afirmaram que as sociedades ocidentais estariam experimentando o fim das ideologias.
 
CULTURA Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.
Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura. 

Os meios de comunicação de massa tem papel fundamental na construção ideológica do ser, elas produzem tanto o senso cultural como ideológico, exemplo disso é a globalização. Ela faz com que cenários distantes tenham uma mesma aparencia. A música que voce ouve no Brasil, é sucesso no Japão, o Mc Donalds está em qualquer lugar do mundo. Os MCM's (meios de comunicação de massa) são responsáveis por formar o pensamento humano


UMA CULTURA, DEFENDO, É MAIOR DO QUE UMA IDEOLOGIA.

A ideologia é a base da cultura, criada por alguém ou “alguéns”. Uma cultura social (política ou religiosa) nasce a partir das ideias de uma pessoa ou grupo.
E toda a ideologia tem alguns alicerces fundamentais, que criam as bases do edifício cultural.
É fato que uma cultura tem várias sub-culturas, mas tem um elo central que as mantém unidas dentro do mesmo guarda-chuva.

NO CASO DA CULTURA MARXISTA, TEMOS:
- o ser humano é bom, nasce bom, e a sociedade o deteriora;
- a luta política é um elemento santificador do ser humano;
- e na vida temos a luta de classes.
Estes três elementos formam alicerces antagônicos à cultura republicana e, por isso, são incompatíveis entre si.
Uma cultura marxista sempre irá, assim, contra os princípios da república.
Se a pessoa faz uma auto-crítica cultural terá que superar estes três pontos.
Foi o que fizeram os liberais clássicos para conceber a sociedade moderna, contra a cultura católica, que é estruturante, do ponto de vista de seus alicerces, da cultura marxista.

Em: 02/09/15

  1. Química: Modelos de ligações químicas: iônicas, covalentes ou moleculares;

Basicamente, duas forças de naturezas distintas atuam no interior da matéria: são as forças intermoleculares, isto é, entre moléculas, e as forças intramoleculares, que agem no interior dessas moléculas, entre dois ou mais átomos. As forças intermoleculares podem ser descritas, sucintamente, como Pontes de Hidrogênio ou Forças de Van der Waals. As forças intramoleculares são as famosasligações químicas, que podem ser do tipo iônico, covalente ou metálico. O propósito deste texto é abordar aspectos referentes às forças intramoleculares, isto é, referentes às ligações químicas.
Sem nenhuma dúvida, ainda hoje as forças que atuam entre átomos representam um dos aspectos mais intrigantes de todo o estudo da química. Destas forças, as mais fortes são as ligações químicas, responsáveis pela união estável de átomos, resultando na formação de moléculas, sendo estas as bases constituintes de toda matéria que conhecemos.
As ligações químicas representam interações entre dois ou mais átomos, interações essas que podem ocorrer por doação de elétrons, compartilhamento de elétrons ou ainda deslocalização de elétrons. Cada um desses processos é caracterizado por uma denominação de ligação química. É importante, entretanto, salientar que a grande maioria das ligações não ocorre de modo a pertencer 100% a um determinado grupo. O que ocorre é determinada ligação apresentar propriedades intermediárias a um e a outro grupo. Mas esse aspecto intermediário raramente é abordado na literatura química, sendo utilizada a classificação predominante para a ligação química em questão.
De modo geral, como fora mencionado, pode ocorrer a doação e o recebimento de elétrons entre dois átomos, caracterizando uma ligação denominada de Ligação Iônica. Nessa ligação, predominam as forças eletrostáticas que atraem os íons de cargas opostas. A ligação iônica é a responsável pela formação de compostos iônicos, e ocorre entre um átomo metálico e um átomo não metálico, com doação de elétrons por parte do primeiro e recebimento de elétrons por parte do segundo.
Quando se combinam dois átomos que possuem um mesma tendência de ganhar e perder elétrons, ocorre então a formação de uma Ligação Covalente. Sob essas condições, não ocorre uma transferência total de elétrons. Nesse processo, ocorre um compartilhamento de elétrons, aos pares. A ligação covalente,  sempre entre dois átomos não metálicos, forma os compostos de natureza molecular, de modo a constituir uma molécula de natureza polar (ligação entre dois átomos diferentes) ou apolar (entre dois átomos iguais).

Em: 02/09/15


BPJ15
Dia 17 de Setembro: EJA ás 19:30 h na EAG
Dia 18 de Setembro: demais equipes ás 07:30 h na EAG











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